O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, apontou no Relatório de Trabalho do Governo deste ano a necessidade de "lidar bem com a árdua tarefa de economizar energia e reduzir as emissões de poluentes". Ele apontou que essas são as principais medidas para acelerar os modelos de crescimento econômico e aprimoramento da estrutura econômica.
Um especialista indica que a economia de energia e a redução das emissões constituem um elo crucial à alteração do modelo de crescimento econômico, que visa promover o desenvolvimento sustentável da economia chinesa.
A China encontra-se num momento chave de industrialização e desenvolvimento urbanístico. Com o aumento populacional e rápido crescimento econômico, são cada dia mais evidentes as limitações dos recursos naturais. Para a diretora do Instituto de Estudo sobre Economia e Política Mundial do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, Chen Fengying, a atual estrutura econômica, energérica e o desenvolvimento social apontam para o fato de que a economia de energia e a redução das emissões são fundamentais à alteração do modelo de crescimento econômico. Ela falou:
"Do ponto de vista econômico, vivemos o período intermediário de industrialização, que tem como principal referência o setor secundário, com alto consumo energérico. Quanto à questão do desenvolvimento social, o PIB per capita da China atingiu US$3 mil, com o consumo mais voltado à moradia e ao turismo. Isso está provocando aumento significativo nos preços da água, eletricidade, carvão e gás, podendo chegar a um ponto insuportável à sociedade. Em terceiro lugar, o carvão ocupa 70% da estrutura do consumo energético, com alta emissão carbono. A estrutura energética pede a redução do consumo de carvão."
Conforme o Relatório de Trabalho do Governo, a tarefa de economizar energia e reduzir as emissões deve ser feita a partir de seguintes aspectos: concentrar investimentos na indústria, no transporte e na construção civil, como forma de promover a economia de energia e elevar a eficiência energética; reforçar a proteção ambiental; desenvolver com empenho os processos de reciclagem; e enfrentar positivamente as mudanças climáticas.
Chen Fengying afirmou:
"Primeiro, a indústria, o transporte e a construção civil são grandes consumidores de energia, e os processos de industrialização e urbanização só pressionam ainda mais esses três segmentos; Segundo, dados mostram que o custo ambiental ocupa perto de 10% do PIB nacional, portanto é preciso investir na proteção ao meio ambiente; Terceiro, a promoção da indústria de reciclagem pode resultar em economia de energia, redução das emissões e reutilização dos resíduos, formas de concretizar o desenvolvimento sustentável; Quarto, as mudança climática não são uma questão interna, mas internacional, e que está diretamente ligada à sobrevivência do ser humano à a preservação dos recursos naturais."
Nos últimos anos, a China tem obtido êxitos visíveis em economia de energia e proteção ambiental. Em 2008, por exemplo, o país se tornou o segundo maior mercado de energia eólica e o maior produtor de energia solar do mundo, sendo designado como "gigante verde da Ásia". Traçando perspectivas para 2010, Chen acredita que este é um ano crucial para a alteração do modelo de crescimento econômico. Nesse processo, segundo ela, as oportunidades e os desafios coexistem.
(por Sonia Qiu)