Até às 22h do dia 19, o Exército de Libertação Popular da China (ELP) e a Força da Polícia Armada haviam mobilizado no total 12.798 homens às operações de combate às consequências do terremoto em Yushu. Os trabalhos resultaram no salvamento de 1.564 pessoas e no tratamento médico de 20.047 feridos, informou hoje (20) em Beijing um representante da autoridade militar. Ele informou que o próximo passo das tropas é priorizar o apoio à população na reconstrução de seus lares e na recuperação da produção local, mesmo tempo em que seguirão os trabalhos de resgate.
Às 7h 49 do dia 14 de abril, a prefeitura autônoma tibetana de Yushu, província de Qinghai, noroeste do país, foi sacudida por um terremoto de 7,1 graus na escala Richter. As tropas chinesas entraram em ação imediatamente, mobilizando 5 mil soldados da Zona Militar de Lanzhou, região próxima ao local do sismo. Em coletiva à imprensa realizada hoje (20) pelo Gabinete de Imprensa do Conselho de Estado chinês, o vice-chefe do Estado-Maior da Zona Militar de Lanzhou e chefe do Comando Conjunto do Exército e da Polícia Armada para Operações de Resgate em Yushu, Wang Zhenguo, afirmou que, após o tremor, as tropas iniciaram prontamente o mecanismo de resposta rápida. Em 30 horas, todas as áreas atingidas já estavam cobertas pelas equipes de salvamento. Wang expôs: "No processo de resgate, a maior dificuldade que temos enfrentado são os problemas decorrentes da altitude elevada. Os soldados, porém, conseguiram concentrar todos os seus esforços no salvamento. Até agora, nenhum de 12.000 militares foi abatido por problemas de saúde ou ficou ferido."
Além de socorrer os feridos, os soldados transportaram e enviaram 5.196 toneladas de tendas, alimentos e outros materiais à zona atingida pelo tremor. Também foram realizados 89 voôs para missões de resgate.
O diretor do Escritório de Resposta Rápida do Estado-Maior Geral do Exército de Libertação Popular, Tian Yixiang, disse à reportagem:
"Durante o período crucial das primeiras 72 horas, as tropas chinesas não apenas empenharam força máxima para socorrer os soterrados, como trataram e transferiram os feridos a hospitais, alocaram os moradores afetados pelo sismo, realizaram serviços de profilaxia e prevenção a doenças, e conseguiram recuperar as instalações infraestruturais. As telecomunicações foram restabelecidas 24 horas após o sismo. Em 48 horas o abastecimento da eletricidade foi retomado. A população afetada abrigada em tendas teve as referições garantidas. Em 72 horas, todos os feridos em estado grave foram transferidos a Xining, Chengdu e Xi'an."
O porta-voz do Ministério da Defesa Nacional da China, Huang Xueping, afirmou que a Comunidade Internacional se dispôs a ajudar. No entanto, as condições geográficas de Yushu, região afetada pelo terremoto na Província de Qinghai, limitaram o acesso da maioria das equipes de resgate à área. Mas, segundo o porta-voz, o número de socorristas é suficiente para enfrentar a situação. Huang, entretando, pediu aos departamentos militares estrangeiros que doem fundos para ajudar na reconstrução da área.
"Manifestamos nossa gratidão aos países concernentes. O Ministério da Defesa Nacional da China tem mantido uma atitude aberta sobre a cooperação internacional no resgate de calamidades. Durante o sismo ocorrido em Wenchuan, a China aceitou a ajuda oferecida por departamentos de Defesa e tropas de outros países. Nos terremotos do Haiti e do Chile, a Equipe de Resgate Nacional e a Equipe Médica e de Profilaxia da China também se deslocaram para oferecer apoio. Diante de grandes calamidades, nenhum país é capaz de enfrentá-las sozinho. O reforço da cooperação, o enfrentamento conjunto e a elevação da capacidade de reação rápida à desastres constituem o clamor comum da Comunidade Internacional. A China espera que os países concernentes reforcem a cooperação militar e elevem conjuntamente a capacidade de enfrentamento à ameaças em áreas inóspitas, a fim de preservar o fruto da civilização humana."