Às 7h49 do dia 14 de abril, o distrito de Yushu, pertencente a comarca da etnia tibetana da província de Qinhai, no Oeste da China, foi atingido por um terremoto de 7,1 graus na escala Ritcher. Nas primeiras 72 horas após a calamidade, a China conseguiu enviar à zona afetada mais de 15 mil pessoas para os trabalhos de resgate, que já salvou mais de 17 mil vidas. A população atingida já possui condições básicas de abrigo, acesso à alimentação e água potável e tratamento médico. Os trabalhos relativos ao resgate ocorrem normalmente. Tudo isso demonstra o amadurecimento gradual do sistema nacional de resposta à emergência.
Há dois anos, quando um terremoto arrasou Wenchuan, na província de Sichuan, o governo chinês foi reconhecido mundialmente por sua rápida ação no episódio. Desta vez, o mundo testemunhou uma reação ainda mais acelerada. Vinte minutos depois do tremor, a Administração de Terremoto da China informou o caso ao Conselho de Estado - o gabinete chinês - que estabeleceu imediatamente um alto comando para trabalhar no alívio às consequências da calamidade. Ao mesmo tempo, os ministérios de Assuntos Civis, Saúde, Transporte e Ferrovia também ativaram seus respectivos sistemas de resposta à emergência, o que possibilitou que o resgate fosse iniciado dentro de um tempo precioso. Em 24 horas, o transporte e a comunicação já haviam sido parcialmente restabelecidos na zona afetada. Dentro das primeiras 48 horas desde o tremor, a população local já tinha acesso à energia e abrigo temporário. Todos os feridos em estado grave foram transferidos a outros locais para receber tratamento médico adequado.
O triste episídio revelou, porém, uma China mais eficaz no enfrentamento a casos de emergência. Todo o país está unido diante da trajédia e coordenado de forma muito organizada. O presidente chinês, Hu Jintao, antecipou o fim de sua visita ao exterior pois, segundo ele, "neste momento difícil é preciso ficar com meu povo". O premiê Wen Jiabao anunciou o adiamento da visita oficial que faria e foi a primeira autoridade a chegar à zona afetada. Na ocasião, ele disse que "é preciso correr contra o tempo para levar à população vitimada confiança e coragem". Chongqin, Yunnan, Xinjiang, Ninxia e Tianjin enviaram ao local equipes de socorro, ambulâncias e materiais de resgate. Militares, policiais armados, médicos e voluntários formaram uma rede de salvamento. Tudo isso de forma extremamente organizada.
Após o terremoto, uma equipe de trabalho da Administração de Terremoto de Qinhai, grupos de resgate e de polícias armados chegaram a Yushu partindo de diferentes lugares. As autoridades locais organizaram, primeiro, a participação de militares, médicos e funcionários públicos nas ações de busca, que contou ainda com a ajuda voluntária da população local. Esse conjunto de forças elevou a eficiência ao alívio das consequências da calamidade.
Da epidemia A (H5N1), em 2003, passando pelo sismo de Wenchuan, em 2008, e agora o terremoto de Yushu. A diferença observada na capacidade de reação do governo chinês a casos emergenciais demonstra o amadurecimento gradual do sistema nacional de resposta a urgências. Esse amadurecimento é resultado da lição aprendida pela China em trajédias anteriores e do desenvolvimento sócio-econômico do país.