Às 7h49 de hoje (17) já haviam se passado três dias do terremoto de 7,1 graus na escala Richter que ocorreu no Zhou Autônomo Tibetano de Yushu, na província de Qinghai, no noroeste do país. Embora já tenha passado o tempo de ouro de resgate, que são as primeiras 72 horas, a China continua enviando esforços para procurar e salvar os sobreviventes que ainda estão soterrados, tratar os feridos e deslocar os desabrigados.
Até às 5h da tarde de sexta-feira, já havia subido para 1.144 o número de mortos no tremor, que também deixou 417 desaparecidos e 11.744 feridos. Segundo especialistas, a área da região afetada atinge 20 mil quilômetros quadrados, e a área mais gravemente atingida é de 4 mil quilômetros quadrados.
Ouça agora a reportagem feita pelo repórter da CRI na vila Jiegu, em Yushu:
"Estou num posto de resgate na rua Shengli, situada no centro da vila Jieshi. É uma construção desmoronada. A equipe internacional de resgate da China foi informada de que haviam recebido respostas fracas depois de gritos. As testemunhas disseram que aqui provavelmente estão soterrados dois homens e uma mulher. De acordo com a situação da construção, os trabalhadores determinaram dois projetos de resgate e estão concentrando grandes esforços para salvar os soterrados."
Até o momento, 12 mil militares e policiais chineses participam do resgate. Já salvaram 1.253 pessoas soterradas e trataram 3.831 feridos. O Ministério de Segurança Pública chinês enviou, no total, 20 grupos de mil pessoas às regiões afetadas. Ao mesmo tempo, 30 equipes médicas compostas por 5.880 pessoas, especialistas de doenças de planalto, já chegaram a Yushu.
Por causa das condições médicas limitadas nas regiões atingidas pelo terremoto, todos os feridos graves estão sendo transferidos para ter melhor tratamento, seja por rodovia, ferrovia ou linhas aéreas. O aeroporto de Yushu fica a 3.900 metros de altitude e só tem espaço para três aviões. Normalmente, apenas um voo aterriza ou decola a cada dois dias. Desde o terremoto, até às 8h da noite de ontem (16), houve 100 decolagens e aterrizagens de aviões no aeroporto. O vice-diretor da Administração Geral de Aviação Civil da China, Xia Xinghua, falou sobre a transferência de feridos por aviões:
"Desde a 1h do dia 15, muitos feridos graves foram transferidos das regiões afetadas para o aeroporto. Para que eles sejam transferidos e tratados o mais rápido possível, exigimos que as pessoas a bordo saiam do avião até 15 minutos após a aterrizagem. Os carros que levam feridos param diretamente ao lado do avião, assim, podemos reduzir o dor de feridos por causa do transporte e economizar tempo."
Sobre o transporte terrestre, o vice-ministro dos Transportes chinês, Gao Hongfeng, apresentou que, devido aos tremores secundários constantes e ao grande aumento de veículos, é possível ocorrer congestionamentos e desmoronamentos nas estradas. Os departamentos de rodovia estão arrumando as ruas e supervisionando as pontes para garantir a segurança dos automóveis de resgate. Ele disse:
"Yushu tem condições naturais adversas por causa da altitude. Prevê-se que nestes dias haja chuva e neve, o que dificultará o transporte. Mesmo assim, os departamentos de rodovias tem experiência em trabalhar nesses ambientes e são competentes para superar as dificuldades."
Até o momento, já foram transportados às regiões afetadas 39 mil tendas, 70 mil cobertores, 55 mil roupas de inverno e 750 toneladas de alimentos.
(por Florbela)