O presidente chinês, Hu Jintao, e o presidente norte-americano, Barack Obama se encontraram ontem (12) em Washington, capital dos EUA. Ambas as partes chegaram a consensos sobre relações sino-norte-americanas e questões internacionais e regionais de interesse comum.
Hu Jintao expôs cinco propostas à próxima fase do desenvolvimento do relacionamento bilateral:
É preciso persistir na direção correta das relações sino-norte-americanas e adotar ações pragmáticas para estabelecer uma parceria estável, na busca por enfrentar os desafios comuns;
Os dois países devem respeitar-se mutuamente quanto a interesses chave e preocupações próprias;
Taiwan e Tibete estão entre os interesses chave da China, que espera dos EUA um tratamento prudente e fidelidade aos compromissos assumidos sobre o tema, evitando, assim, novos abalos às relações bilaterais;
É preciso manter os intercâmbios entre representantes do alto escalão;
As cooperações pragmáticas devem ser aprofundadas. A China quer realizar intercâmbios e parcerias com os EUA nas áreas econômica, comercial, antiterrorismo, energética, etc.;
Reforçar contatos e coordenações em questões internacionais, regionais e globais importantes.
Hu Jintao disse ainda que a economia mundial vive um período crucial e que tanto a parte chinesa quanto a norte-americana tem de reforçar as cooperações e defender conjuntamente a estabilidade da situação financeira internacional.
A China também pretende adotar medidas mais profundas para incrementar as importações dos EUA e promover o equilíbrio comercial entre ambos os países. Mas espera que os norte-americanos também se esforcem pela ampliação das exportações à China e que flexibilizem as restrições às exportações de produtos de alta tecnologia ao país asiático, além de tratar adequadamente dos litígios econômicos e comerciais que venham a surgir. O interesse dessas ações é defender a situação geral econômica e comercial entre China e EUA.
O presidente chinês afirmou ainda que a China está determinada a promover a reforma do mecanismo de composição da taxa de câmbio e que, para isso, medidas concretas serão consideradas de acordo com o desenvolvimento e a transformação da situação econômica mundial e da própria China, não por pressões externas.
Por sua vez, Obama disse que o reforço das cooperações e o estabelecimento da parceria entre China e EUA favorecem não apenas ambas as partes, mas todo o mundo. Quanto a questões multilaterais, como mudanças climáticas e antiterrorismo, os EUA querem a parceria da China para buscar soluções. Ele vai, pessoalmente, se dedicar ao desenvolvimento e fortacelimento das relações bilaterais com o país asiático.
Obama reiterou o apoio à política de Um Só China, respeito à soberania, integridade territorial e aos interesses fundamentais da China, além de prometer tratar de forma prudente os assuntos considerados sensíveis.
Em relação à questão nuclear iraniana, Obama afirmou que deseja solucionar o problema por meios diplomáticos e, para isso, conta com a ajuda da China. Hu Jintao realçou que seu país quer que as diversas partes continuem ampliando os esforços diplomáticos para buscar meios eficazes de resolver a questão nuclear iraniana. Ambos os lados têm o mesmo pensamento sobre o tema, de forma que a China quer manter contatos e coordenações com outros interessados através do mecanismo de negociações do sexteto, da ONU e de outros meios, realizando com eles discussões minuciosas e profundas.