Terminou hoje a 3ª sessão anual da 11ª Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPCh). Durante dez dias, mais de dois mil membros da CCPPCh participaram de debates e discussões e apresentaram propostas ao desenvolvimento do país. A sessão deste ano foi enriquecida por novos rostos, meios de interatividade com a população, bem como novas formas de participação nos assuntos políticos.
Erdeni Qoigyi Gyaibo, 11º Panchen, uma espécie de líder do budismo tibetano, integrou pela primeira vez a tribuna política chinesa. Com apenas 20 anos, ele foi eleito membro da CCPPCh em fevereiro deste ano. Assustado com o assédio da imprensa, ele falou modestamente:
"Aprendi muitas coisas com outros membros. Sou novato e devo me esforçar mais para servir ao país e ao povo".
Nas discussões da equipe religiosa, Panchen explicou o seu entendimento sobre as responsabilidades de um membro da CCPPCh. Para ele, o integrante do órgão deve relatar às autoridades as vontades e dificuldades vividas pelo povo, para que tais assuntos sejam considerados nas políticas do partido e do governo.
À medida que aumenta a popularidade da internet como meio de expressão, mais membros usam esse veículo para manter contato e interagir com a população. He Shuifa, artista plástico e membro da CCPPCh, trouxe sua proposta baseadas em opiniões postadas em microblogs, uma nova modalidade de intercâmbio da rede.
"Baseado nas opiniões colhidas em microblogs, organizei minha proposta sobre problemas relacionados à vida cotidiana do povo. Essa é a minha responsabilidade básica".
Durante a sessão deste ano, os membros puderam apresentar seus projetos e discursos através da internet, depois de devidamente identificados. A internet vem se tornando um novo canal para expressar as opiniões dos cidadãos. Aproveitar os métodos científicos e tecnologias da informação para formar novos meios de trabalho é a nova meta da CCPPCh.
As mais de 5 mil propostas apresentadas pelos membros envolvem macroeconomia, estratégia e perspectivas do desenvolvimento regional e setorial. Li Daokui, economista e membro da CCPPCh, sugeriu:
"Em minha opinião, devemos incluir o desenvolvimento da economia de baixo consumo de carbono nas políticas nacionais. Sugiro que sejam dados subsídios a esse segmento para estimular empresas e cidades a seguirem o caminho do baixo consumo de carbono, promovendo dessa forma o desenvolvimento econômico".
Para Chi Fulin, presidente executivo do Instituto de Reforma e Desenvolvimento de Hainan, província litorânea chinesa, a economia com baixo consumo de carbono já é um ponto de crescimento e foco de concorrência. Para ele, a China deve agarrar essa oportunidade.
Todas as propostas e projetos serão recolhidos e organizados conforme seus tipos e entregues aos respectivos departamentos no final de março.
O presidente da CCPPCh em Guangzhou, cidade localizada no sul da China, Zhu henzhong, comentou:
"Sinto que o ambiente democrático nos debates vem ganhando força. Aplaudimos as opiniões diferentes e conseguimos chegar a consensos através de intercâmbios. Os membros da CCPPCh tem de falar a verdade e representar seu povo".
As sessões anuais da CCPPCh são ocasiões importantes nas quais as personalidades de diversos partidos, grupos, etnias e classes sociais podem e devem opinar e sugerir sobre questões de grande interesse. O presidente Comitê Nacional da CCPPCh, Jia Qinglin, abordou a nova diretriz para o novo ano no discurso de encerramento da sessão.
"A CCPPCh deve colocar o povo em primeiro lugar e acompanhar com atenção as áreas do emprego, educação, saúde, habitação, proteção ambiental, distribuição de renda e reconstrução de regiões vitimadas por desastres, dando novas contribuições à estabilidade e harmonia social."