Os chineses ficaram irritados com a reunião entre alguns líderes estrangeiros e o Dalai Lama, declarou hoje Li Zhaoxing, porta-voz da sessão anual do principal órgão legislativo do país.
"Alguns políticos estrangeiros dizem que o Dalai Lama é uma figura religiosa, mas de fato ele é um exilado político. Um amigo meu que trabalha num posto importante do governo dos Estados Unidos disse que o Dalai Lama é um monge político", assinalou Li numa entrevista coletiva realizada um dia antes de abertura da sessão anual da Assembleia Popular Nacional (APN).
"Porque é que o Dalai Lama propôs um 'Grande Tibet' e mantém o 'governo em exílio' com a assim chamada Constituição, ao mesmo tempo em que diz que não defende uma 'independência do Tibet'?" perguntou Li.
O porta-voz assinalou que esses políticos ignoraram os fatos de que Tibet é parte inalienável da China e que a região registrou um grande progresso social e econômico desde a reforma democrática em 1959.
Os líderes estrangeiros querem aproveitar as questões relativas ao Tibet para interferir nos assuntos internos da China, indicou Li.
Apesar da forte oposição da China, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a secretária de Estado, Hillary Clinton, encontraram-se com o Dalai Lama em Washington em 18 de fevereiro.