O Banco Mundial (BM) divulgou hoje (25) em Beijing o relatório "Perspectivas Econômicas Globais para 2010". O documento prevê crescimento de 2,7% da economia mundial em 2010. Já em relação à China, a expectativa é de que a economia do país cresça 9%. O diretor do Grupo de Tendências Globais do Banco Mundial, Hans Timmer, afirmou que os países em desenvolvimento vêm liderando a economia global rumo à recuperação. Mas alerta governos e bancos centrais para novo risco de bolha em ativos.
O relatório do BM afirma que, impulsionada pela forte política financeira e demanda interna revigorada, as regiões do Leste Asiático e Pacífico lideraram, no ano passado, a retomada econômica mundial, tendência que deve se manter em 2010. A China, segundo o relatório, é a força motriz dessa região. O BM prevê para o país uma taxa de crescimento econômico de 9% em 2010, 0,3% maior em relação à previsão feita dois meses atrás.
O economista do Banco Mundial responsável pela China, Ardo Hansson, afirmou que a retomada da economia chinesa se deve ao pacote de estímulo econômico aplicado pelo país. Para manter a rápida recuperação e o desenvolvimento econômico, o governo chinês precisa reforçar suas ações nas áreas de garantia social. Ele afirmou:
"O pacote de estímulo econômico é provisório e será retirado mais cedo ou mais tarde. Enquanto isso, a China precisa se preocupar em criar demandas duradouras para o futuro, que só deverão surgir a partir da adoção de medidas destinadas a garantir a continuidade da demanda interna. Sabemos que o governo chinês anunciou medidas relativas a assistência médica, pensão para velhice e reforma do registro de residência permanente, entre outras. Essas medidas precisam ser reforçadas."
O documento afirma que o processo de recuperação da economia ainda é fraco em todo o mundo, e insuficiente para que sejam negligenciados os danos causados pela crise que abateu os mercados. Hans Timmer afirmou:
"Se fizermos análises de tendência econômica de médio e longo prazo, veremos que a crise provocou transformações muito grandes na economia global. Com o reforço da supervisão sobre o sistema financeiro global, maior prudência dos investidores, e aumento das dívidas entre governos de países ricos, a expectativa é de que os custos de produção aumentem nos países em desenvolvimento. Esses países podem não alterar a estrutura do mercado financeiro global, mas são capazes de diminuir os impactos da crise através de medidas internas."
Paralelamente à recuperação econômica, o preço de mercadorias importantes sofreu grande alta no mercado internacional, fato que deverá provocar aumento do índice de inflação. Hans Timmer disse:
"No aspecto da política monetária, são necessárias coordenações internacionais, outra das lições aprendidas com a crise financeira. Os Bancos Centrais dos países devem acompanhar atentamente os preços dos ativos, para verificar o possível surgimento de novas bolhas. O risco maior agora não é o de inflação, mas de novas bolhas. O governo chinês tem de acompanhar o mercado de ações e imobiliário, para reajustar suas políticas. O Banco Central europeu também deve estar atento à situação do mercado."




Envie para um amigo












