Na última terça-feira (12), um terremoto de 7 graus na escala Richter devastou Porto Príncipe, capital haitiana. A China enviou imediatamente uma equipe de resgate ao país caribenho para ajudar no socorro às vítimas.
Os membros da equipe chinesa não desistem da busca por sobreviventes, mesmo passadas 110 horas após os tremores. Neste momento, eles trabalham na região de Carrefour, uma das mais atingidas pelo sismo. O vice-chefe da equipe, Wang Zhiqiu, disse:
"Já se passaram sete dias desde o terremoto. As chances de encontrar sobreviventes são cada vez menores, mas não perdemos a esperança. Chegamos à região de Carrefour, onde ouvimos dizer que mais ou menos 17 pessoas estão sob os escombros. Agora, procuramos sinais de vida."
Os membros da equipe chinesa utilizam variadas técnicas na procura por sobreviventes, de acordo com Wang:
"Primeiro, gritamos e procuramos ouvir alguma resposta. Caso não haja reação, colocamos os cães para vasculhar algum sinal. Se nem eles descobrirem nada, utilizamos sondas para uma busca mais detalhada. Qualquer sinal de vida, e fazemos o possível para salvar as pessoas."
Apesar das muitas dificuldades, a busca por sobreviventes continua. A equipe chinesa de resgate, representando o governo e povo da China, mantém intacto o seu esforço em socorrer vidas, ao lado de colegas de outros países.
Os oito policiais chineses mortos, que integravam a tropa de paz chinesa no Haiti, participavam de uma reunião no prédio da Missão da ONU no momento do tremor. Seus corpos foram levados à China em um avião fretado. Na manhã de hoje (20), uma cerimônia de despedida foi realizada no cemitério de Babaoshan, em Beijing, capital chinesa.
As fotos dos oito policiais foram colocadas na parede ao fundo da sala funerária. Seus caixões, cobertos com a bandeira nacional, foram dispostos no meio do salão e cercado de flores. Os dirigentes do país, incluindo o presidente Hu Jintao, participaram da cerimônia e expressaram suas condolências aos familiares das vítimas.
Fora da sala funerária, mais de mil pessoas de diversos setores da sociedade aguardavam para dar adeus aos mártires. Wen Longsheng, de mais de 70 anos, chegou cedo ao cemitério. Ele disse:
"Quando soube da notícia, chorei muito assistindo às reportagens na TV. Eu trabalhei no exterior por muitos anos e compreendo, por isso, a importância e o perigo dos trabalhos de manutenção da paz. Estes oito homens deram suas vidas à missão que assumiram. Os povos da China, do Haiti e de todo mundo não se esquecerão de seus nomes. E todos devem cumprimentá-los."
A China está entre os principais colaboradores da ONU em missões de manutenção da paz pelo mundo. Desde 1989, o país já destacou mais de 14 mil pessoas para participar de 24 ações da entidade. Neste momento, 2.100 chineses estão em missão em diversos países. Ontem, ao receber no aeroporto os corpos dos oito policiais, o membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, Zhou Yongkang, afirmou que a China é um país que ama a paz. Segundo ele, ela seguirá contribuindo com a manutenção da paz mundial e construção de um planeta harmonioso.