A China está "profundamente insatisfeita" com a decisão da União Europeia (UE) de ampliar os impostos antidumping sobre os calçados de couro importados da China, assinalou terça-feira Yao Jian, porta-voz do Ministério do Comércio chinês.
Yao fez as declarações depois que os ministros da UE votaram pela prorrogação das tarifas de importação para os calçados provenientes da China e Vietnã por mais 15 meses.
A China vai apelar à Organização Mundial do Comércio e adotar medidas para proteger os direitos e interesses das companhias chinesas, indicou Yao.
"Vimos que os importadores, varejistas e muitos países membros da UE mostram oposição às medidas antidumping. Esperamos que a UE possa respeitar os fatos, cuidar dos direitos do povo europeu e deter essas medidas antidumping", indicou Yao.
Os produtos da indústria calçadista europeia são competitivos, têm uma exportação forte e não enfrentam concorrência direta dos produtos chineses, por isso mesmo as medidas antidumping não têm sentido, disse Yao.
O porta-voz do Ministério do Comércio reiterou que os países devem evitar o protecionismo comercial enquanto a economia mundial está se recuperando da crise financeira e devem voltar aos diálogos e à cooperação.
"O protecionismo comercial só pode danificar a confiança mútua e causar perdas para ambas as partes", acrescentou Yao.
Em 2006, a UE decidiu impor uma tarifa antidumping de 16,5% de dois anos ao calçado de couro proveniente da China. Em 2008, a UE iniciou uma investigação de revisão da medida antidumping.