A 12ª reunião dos líderes da China e da União Europeia (UE) foi realizada hoje (3) em Nanjing, capital provincial de Jiangsu, leste da China. Durante o evento, os participantes discutiram principalmente as relações bilaterais, a crise financeira e as mudanças climáticas, além de assinar documentos de cooperações sobre tecnologia, comércio, indústria e proteção ambiental. Na declaração divulgada após a reunião, os dois lados afirmaram promover a todo custo o desenvolvimento ainda maior das relações bilaterais. Os participantes ressaltaram também a importância de aumentar a confiança política mútua e enfrentar em conjunto os desafios globais.
A reunião de líderes é um mecanismo de diálogo de alto nível entre a China e a UE. Trata-se do segundo encontro de líderes realizado neste ano. A reunião foi presidida juntamente pelo primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao; o primeiro-ministro da Suécia, país que detém a presidência rotativa da UE, Fredrik Reinfeldt; e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.
Na reunião, Wen deu altos apreços ao desenvolvimento das relações bilaterais nos últimos anos e salientou que as duas partes devem ampliar consensos nas questões relacionadas com o progresso da humanidade, aprofundar intercâmbios e cooperações e deixar de lado receios e interferências, a fim de garantir o avanço constante das relações bilaterais. Ele disse:
"A China e a Europa devem abandonar discriminação, confronto e repressão e, em troca, promover igualdade, diálogo e cooperação e aumentar confiança mútuas, sendo amigos para sempre e não inimigos. Os dois ainda devem opor-se contra a hegemonia de um único país, apoiando a criação de um mundo multipolar e do multilateralismo, priorizar o desenvolvimento e andar no caminho do benefício recíproco e do desenvolvimento comum."
Wen ainda pediu à UE que aumente as exportações de altas tecnologias à China e equilibre o comércio bilateral.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, apontou que o Tratado de Lisboa entrará em vigor amanhã (1º de dezembro), o que trará novos elementos favoráveis ao desenvolvimento das relações com a China. Ele disse:
"O Tratado de Lisboa entrará em vigor no dia 1º de dezembro, o que trará novos elementos às relações sino-europeias e manterá a unificação e sucessão das políticas diplomáticas da UE. Espero aproveitar essa oportunidade para impulsionar a parceria estratégica entre a China e a UE, pois ambos possuem grande potencial de cooperações em diversas áreas. Os diálogos e as cooperações também devem ser reforçados, o que beneficia não só os povos chinês e europeu, mas também o povo do mundo todo."
Em relação às mudanças climáticas, Wen Jiabao lembrou que o governo chinês já anunciara, dias atrás, o compromisso claro de que até 2020, a emissão de dióxido de carbono por unidade do PIB seja reduzida entre 40-50% em relação ao nível registrado em 2005. Ele pediu à UE que reduza em grande grau a emissão de gases causadores do efeito estufa para dar um exemplo aos países ricos e responda às exigências justas feitas pelos países em desenvolvimento no que tange apoios financeiros e tecnológicos.
Quanto à taxa de câmbio do Renminbi, a moeda chinesa, o premiê chinês anunciou que o país vai manter estável a taxa de câmbio.
Na declaração divulgada após a reunião, a China reitera continuar apoiando a integração da UE que, por sua vez, reafirma apoiar o desenvolvimento pacífico da China, respeitar a soberania e a integridade territorial do país e persistir na política de "uma só China". Os participantes do evento avaliaram que o sucesso da reunião e os documentos assinados ajudam os dois a aumentar a confiança mútua, reforçar cooperações, enfrentar desafios globais e impulsionar o desenvolvimento das relações bilaterais.