A apenas duas semanas da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, os países desenvolvidos e em desenvolvimento ainda divergem em algumas questões. Segundo afirmou ontem (25) em Beijing o representante do Ministério das Relações Exteriores da China nas negociações, Yu Qingtai, o sucesso do encontro depende de os países cumprirem suas respectivas responsabilidades no problema. A China promete se empenhar para que a reunião alcance resultados efetivos.
Na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em 7 de dezembro em Copenhague, capital da Dinamarca, representantes de aproximadamente 200 países irão discutir e negociar um acordo global relacionado às emissões de gases causadores do efeito estufa. Se um novo tratado for estabelecido, ele substituirá o Protocolo de Kyoto, que vence em 2012.
Mas faltando duas semanas para o início da conferência, os países ainda mantêm divergências em questões consideradas chave. Para o representante chinês nas negociações, Yu Qingtai, não será possível um entendimento em Copenhague, uma vez que os países desenvolvidos não expressaram sinceridade o suficiente. Segundo ele, o aquecimento global é um desafio importante e real já sentido por toda a humanidade, e para a solução do problema é fundamental que os países desenvolvidos e em desenvolvimento cumpram suas respectivas responsabilidades históricas no episódio. Ele disse:
"A exigência da China em relação à conferência é muito simples: todos os países devem cumprir seus deveres e tomar ações pragmáticas. Na cúpula da ONU sobre Mudanças Climáticas realizada em setembro, o presidente Hu Jintao deixou claro que a chave da questão é o cumprimento das próprias responsabilidades. Quer dizer, conforme o princípio da "responsabilidade comum, mas diferenciada", se os países cumprirem seus deveres e tomarem ações devidas, a Conferência de Copenhague obterá sucesso."
Yu salientou que os países devem respeitar a Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, o Protocolo de Kyoto, insistir no princípio da "responsabilidade comum, mas diferenciada", e pôr em prática o Mapa de Rota de Bali. Segundo ele, o sucesso da conferência depende de três aspectos:
"Primeiro, é preciso definir uma meta elevada para a redução das emissões, empenhar-se pelo cumprimento da segunda etapa do Protocolo de Kyoto e garantir que os países desenvolvidos que não assinaram o compromisso assumam compromissos de redução equivalente; segundo, estabelecer um mecanismo eficiente para garantir que os países desenvolvidos ofereçam apoio financeiro e tecnológico às nações emergentes; por último, após esse apoio, os países em desenvolvimento precisam tomar ações adequadas para a redução das emissões, buscando o desenvolvimento sustentável."
De acordo com as informações, a China vem adotando medidas eficientes para combater as mudanças climáticas. O país deixou claro que, entre 2005 e 2010, o país terá reduzido de maneira significativa o consumo energético por unidade do PIB, a emissão de poluentes, terá elevado a taxa de cobertura florestal e aumentado a proporção de energias renováveis no consumo energético.
Na condição de maior país em desenvolvimento, apesar do grande volume econômico, a China ainda enfrenta problemas relacionados à pobreza e ao desequilíbrio do desenvolvimento socioeconômico. Especialmente no processo de industrialização e urbanização pela qual passam várias regiões do país, o desenvolvimento rápido da economia certamente resultará no aumento do consumo de energia. Segundo Yu Qingtai, a redução das emissões de carbono afetará gravemente o desenvolvimento da China. No entanto, como um país responsável, a China participará das negociações com atitude ativa e construtiva e buscará impulsionar, ao lado da comunidade internacional, a Conferência de Copenhague na direção do sucesso.