Promovido pelos líderes chineses e norte-americanos, o primeiro diálogo estratégico e econômico China-EUA foi inaugurado ontem, em Washington. Os dois países devem focar as discussões nos temas de segurança política e economia como forma de ampliar o conhecimento, a confiança mútua e gerar parcerias.
No encontro realizado em abril entre o presidente chinês, Hu Jintao, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi acordado o estabelecimento do pleno relacionamento sino-norte-americano de cooperação do Século XXI. Sob tal definição, os dois países foram unânimes em instituir o sistema de diálogo estratégico e econômico China-EUA. Esta nova forma integra o diálogo estratégico e o diálogo estratégico e econômico, que antes eram realizados separadamente. O atual sistema, que abrange os dois temas, demonstra a vontade de ambas as partes de procurar consensos e melhorar o relacionamento bilateral. Na cerimônia de abertura do evento, Obama elogiou o papel do diálogo na promoção do desenvolvimento das relações China-EUA. Ele disse:
"Hoje, avistamos o horizonte de um novo século. Ao abrirmos este diálogo deveremos considerar as questões que vão moldar o século XXI. A minha confiança está na raiz dos interesses comuns de China e EUA. Se pudermos cooperar plenamente, os dois povos serão beneficiados e o mundo será mais bonito. No século XXI, nenhum país conseguirá enfrentar, sozinho, os desafios, nem poderá gozar dos benefícios sozinho. Essa é a razão pela qual devemos estar juntos. Não acredito que China e Estados Unidos consigam concordar em todas as questões. E por isso o papel de diálogo é ainda mais importante. Ele vai nos ajudar a expor francamente as nossas preocupações e a compreendê-las."
O vice-primeiro-ministro da China, Wang Qishan, leu uma carta na qual o presidente chinês, Hu Jintao, parabenizava a iniciativa do diálogo e manifestava suas esperanças.
"É de se esperar que os dois países negociem baseados na igualdade, na franqueza, e que se comuniquem sobre as questões de estratégia e plenitude do desenvolvimento bilateral a fim de explorar as novas áreas e meios de parcerias de benefício mútuo."
O diálogo de dois dias conta com a presença do vice-primeiro-ministro chinês, Wang Qishan, do conselheiro de Estado, Dai Binguo, da secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, e do secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner. A prioridade dos debates é o enfrentamento da crise financeira. O vice-primeiro-ministro chinês, Wang Qishan, que vai presidir o Diálogo Econômico junto com o secretário do Tesouro dos EUA, falou da confiança em superar a crise e do fortalecimento da cooperação bilateral.
"Durante o diálogo, os dois países vão intensificar intercâmbios sobre a criação de um sistema financeiro mais resistente, aprofundar a cooperação para investimento comercial e a promover o desenvolvimento econômico sustentável.A busca da humanidade pela paz e desenvolvimento, riqueza e civilização nunca será alterada. Acredito que a crise será superada."
Em seu discurso, Timothy reiterou a importância da parceria entre China e EUA para enfrentar a crise global. Ele espera que o diálogo contribua para a revitalização econômica mundial, além de beneficiar os dois povos.
"A decisão de enfrentar a crise de mãos dadas marca uma virada nas cooperações entre os dois países. EUA e China contribuíram para conter a expansão da crise e para restabelecer a confiança. Nos comprometemos a tomar medidas eficazes para a recuperação da economia. Neste momento, agiremos juntos. Como diz o provérbio chinês 'estaremos no mesmo barco sejam nos bons ou maus momentos'."
Para o conselheiro de Estado, Dai Bingguo, o diálogo pode ser a base sólida para que China e EUA reduzam as divergências e ampliem os entendimentos.
"A comunicação, a partilha dos interesses, bem como as cooperações de benefício mútuo entre China e EUA, nunca atingiram o nível de hoje. Esses dois grandiosos países, que têm povos excelentes, devem agarrar essa oportunidade histórica de explorar um futuro brilhante."