O presidente deposto de Honduras, José Manuel Zalaya, apelou ontem (26) ao exército para que resista às ordens do governo interino, ajudando assim o país a sair da crise o mais cedo possível.
No mesmo dia, conflitos entre aliados de Zalaya e policias militares na zona fronteiriça de Honduras com a Nicarágua deixaram, pelo menos, quatro feridos. Os aliados de Zalaya teriam atacado os policiais com pedras e queimado um veículo militar. Os quatro feridos incluem um jornalista estrangeiro e dois policiais.
Em Ocotal, cidade que na divisa dos dois países, Zalaya disse ontem à imprensa que o chefe do Estado-Maior de Honduras ordenou às tropas do país que impeçam a marcha dos manifestantes programada para acontecer na fronteira da Nicarágua e Honduras. Isso fere gravemente "os direitos e a liberdade de ação" do povo hondurenho.
Zelaya destacou que ainda é o presidente de Honduras, conforme a Constituição, portanto, comandante supremo do exército do país. Ele invocou os militares patriotas a colocarem suas famílias e a pátria em primeiro lugar, resistindo às ações subversivas do poder político do chefe do Estado-Maior e do governo interino.
Os familiares de Zalaya, que há vários dias esperam na fronteira, ainda não foram autorizados pela parte militar hondurenha a entrar no território.