Foi inaugurada ontem em L'Aquila, na Itália, a conferência de diálogo entre o G8 e os países em desenvolvimento. Os temas em pauta são: o enfrentamento da crise financeira internacional, promoção da revitalização econômica mundial, mudanças climáticas, segurança energética e alimentar e comércio internacional. O conselheiro de Estado Chinês, Dai Bingguo, representante do presidente Hu Jintao, compareceu ao evento e apresentou os princípios sugeridos pela China sobre os temas acima mencionados.
A conferência foi presidida pelo primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi. Segundo Dai Bingguo, o desenvolvimento econômico dos países participantes é fundamental para promover a revitalização da economia mundial. O porta-voz da chancelaria chinesa, Ma Zhaoxu, apresentou as soluções sugeridas pela China à comunidade internacional.
"Impulsionar a recuperação da economia mundial e as reformas no sistema financeiro internacional, bem como o desenvolvimento conjunto dos países participantes para unir forças contra os desafios globais".
Quanto à promoção da recuperação econômica, Dai apontou que os países devem considerar tanto os próprios interesses quanto os alheios ao definir suas políticas. A prioridade é estimular o consumo e criar novos postos de emprego. Para ele também é necessária a abertura do mercado e mais rapidez no processo de negociações da rodada de Doha.
Falando sobre as reformas no sistema financeiro internacional, Dai afirmou que é preciso dar mais voz aos países em desenvolvimento, aperfeiçoar o sistema monetário internacional e manter estável a taxa cambial das principais moedas de reserva. Esta é a primeira vez que o governo chinês sugere, em ocasiões internacionais, suas posturas sobre a gestão econômica global.
Ao falar sobre o desenvolvimento conjunto dos países participantes, Dai sugeriu que as instituições financeiras internacionais priorizem seus empréstimos aos países em desenvolvimento para aplicação dos recursos na erradicação da pobreza. As nações mais industrializadas devem assumir seus compromissos e oferecer assistência sem condições políticas. A tarefa principal dos países emergentes seria eliminar a pobreza através do desenvolvimento.
Para Dai, os desafios globais como as mudanças climáticas, segurança alimentar e dos recursos energéticos precisam de uma ação conjunta e coordenada que envolva todos os países. Assim que for reforçada e aperfeiçoada a gestão da economia global será possível promover o desenvolvimento equilibrado e contínuo. Dai finalizou dizendo que todas as evidências apontadas no encontro indicam que "podemos e devemos cooperar".
Os líderes dos países em desenvolvimento participantes mostraram como a crise financeira ameaçou gravemente o desenvolvimento da África. Portanto, a comunidade internacional deve manter o foco nas questões do agravamento da pobreza global e na deterioração ambiental, priorizando a questão do desenvolvimento. As nações mais industrializadas devem assumir seus compromissos e garantir a fluência dos recursos aos países pobres.
Ma Zhaoxu sintetizou os consensos atingidos pelos líderes dos países desenvolvidos na reunião:
"Os principais pontos de vista deles são os seguintes: o mercado financeiro tende a se estabilizar. É preciso aproveitar essa oportunidade para evitar uma nova crise econômica. Os líderes sustentam o desenvolvimento contínuo através das inovações. Eles também são contra o protecionismo comercial. E manifestaram a vontade de ajudar os países em desenvolvimento na obtenção de meios e recursos para resolver as questões urgentes."
O porta-voz falou do peso dos países em desenvolvimento neste encontro:
"Os países em desenvolvimento têm almejado dialogar com o G8 com base na igualdade desde a abertura do diálogo. Reconheço o grande esforço feito pelos organizadores do evento. A conferência segue bem até o momento."