O vice-diretor do Departamento de Emergências, subordinado ao Ministério da Saúde, Liang Wannian, afirmou ontem (29), que o número de portadores do vírus da gripe A (H1N1) continua aumentando no país, e "uma ocorrência coletiva ou um possível surto regional da influenza é inevitável no momento." Na próxima fase, o país vai dar prioridade à redução do contágio local, à prevenção rigorosa de propagação comunitária e aos esforços para tratar e curar os doentes graves.
Em coletiva à imprensa realizada no mesmo dia pelo Ministério da Saúde e pela Administração Estatal de Supervisão de Qualidade, Inspecção e Quarentena da China, Liang Wannian revelou que desde que a China reportou o primeiro caso da gripe A (H1N1) no dia 11 de maio último, a epidemia continua se alastrando. Até o 28 de junho, a parte continental da China confirmou um total de 729 doentes da gripe A (H1N1), dos quais 401 já tiveram alta. Cerca de 70% dos casos registrados foram infectados no exterior. Porém, ele afirmou:
"Num futuro próximo, o número de casos importados da gripe A (H1N1) poderá continuar aumentando, e mais habitantes locais serão contagiados pela doença. Com o crescente número de portadores da gripe, o risco de infecção para profissionais da saúde, mulheres grávidas e pessoas com doenças crônicas aumentará, tornando a mortalidade pela gripe A (H1N1) praticamente inevitável. E será enfatizada a possibilidade de uma ampla propagação até o outono e inverno deste ano."
Ele indicou que a China vem reforçando o monitoramento da doença e todas as cidades do país tem condições de combatê-la. O número de seus laboratórios de supervisão aumentou de dezenas para mais de 400, e mais de 500 hospitais estão aptos a monitorar a gripe A.
Segundo autoridades de saúde, futuramente os prejuízos sociais causados pela influenza serão avaliados e as estratégicas e medidas de prevenção e tratamento da doença serão alteradas, mas somente conforme a lei e de uma maneira científica e oportuna.
Liang Wannian acrescentou:
"Na próxima fase, vamos priorizar a redução do contágio local, a prevenção rigorosa nas comunidades e o tratamento e cura de doentes graves, dando ênfase na prevenção e controle nas escolas e comunidades, e no reforço do monitoramento da epidemia, assim como no uso científico e razoável de recursos."
Segundo se informou, a vacinação será um meio mais eficaz para se proteger a população mais vulnerável à doença. Atualmente a China conta com 10 fábricas capazes de produzir a vacina contra gripe A (H1N1), que inclusive obtiveram estirpes oferecidas pela Organização Mundial da Saúde. Essas fábricas encontram-se em fase de pesquisa e estudo. Antes mesmo de serem entregues para deferimento, as vacinas serão submetidas a testes clínicos que garantam a segurança e a eficiência das mesmas, e qual a maneira certa de aplicá-las. Segundo previsões de especialistas, o processo de pesquisa deve levar pelos menos três meses até o uso efetivo de uma vacina.
Liang Wannian revelou:
"Vamos produzir as vacinas em massa. Posso dizer que, no momento, a nossa estratégia é fazer reservas de vacinas, uma para cada milhão de habitantes, antes do dia 1º de outubro. Essa medida está sendo considerada como ideal no caso de uma eventual pandemia da influenza. Por enquanto, não as colocaremos no mercado. E gostaria de enfatizar também que nem todos precisam ser vacinados, o uso de vacina depende do sistema imunológico de cada um."
Ele acrescentou que todos os tipos de vacinas poderão apresentar efeitos colaterais, portanto, nem todos estão adeptos a serem vacinados. Agora os especialistas estão estudando o grupo de alto risco e a maneira certa de se aplicar a vacinação.