Caro ouvinte, a convite do presidente chinês Hu Jintao, o presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva chegou ontem a Beijing, iniciando sua visita de três dias à China. Hoje, ao participar da inauguração do Centro de Estudos Brasileiros da Academia de Ciências Sociais da China, o presidente Lula proferiu um discurso, expressando forte determinação de reforçar os intercâmbios e cooperações entre a China e o Brasil.
Há 35 anos, China e Brasil estabeleceram relações diplomáticas, iniciando uma cooperação que se fortaleceu bastante, sobretudo nos últimos anos. A amizade e o respeito mútuo se aperfeiçoam continuamente. A China e o Brasil são duas economias dinâmicas que se complementam, e por esta razão, têm intensificado a cooperação em diversas áreas. O comércio bilateral vem aumentando a cada ano. No seu discurso, o presidente Lula destacou os encontros dos líderes dos dois países.
"No contexto marcado por forte ênfase na diplomacia presidencial, a interação entre chefes de estado é um indicador importante das prioridades. De julho de 2008 até o final de 2009, o presidente Hu Jintao e eu teremos nos reunido em nove ocasiões. Nesses encontros e agora nesta visita que faço em Beijing, renovamos a determinação de seguir aprofundando a parceria entre a China e o Brasil."
Segundo Lula, o sistema internacional passa hoje por grandes transformações. Os países em desenvolvimento têm conseguido desempenhar um papel cada vez mais ativo nas instituições internacionais e nas discussões sobre a reforma da governança global. A China e o Brasil também participam ativamente dos mecanismos multilaterais. Mencionando a atual crise financeira global, Lula declarou:
"Embora o epicentro da crise esteja nos países desenvolvidos, a cúpula do G20 em Londres evidenciou que não há meios de superá-la sem o envolvimento direto dos países em desenvolvimento. Isso deve se refletir, por exemplo, na maior participação de países como a China e o Brasil nos processos decisórios de instituições como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial."
No seu discurso, o presidente Lula salientou a importância do fortalecimento dos intercâmbios e cooperações entre os dois países. Lula acrescentou:
"Como países em desenvolvimento, compartilhamos o objetivo de garantir o crescimento econômico sustentado com benefícios concretos para todos os segmentos de nossas sociedades. A troca de experiências sobre nossas realidades representa fatores de enriquecimento dessas duas grandes nações, precisamos promover o intercâmbio, o diálogo, a interação entre os cidadãos brasileiros e cidadãos chineses."
Após o discurso, o presidente Lula e o diretor da Academia de Ciências Sociais da china, Chen Kuiyuan, inauguraram o Centro de Estudos Brasileiros. O diretor Chen acredita que o centro contribuirá para os intercâmbios bilaterais. Ele declarou:
"Os segmentos acadêmicos da China e do Brasil têm responsabilidades de reforçar diálogos e intercâmbios, explorando conjuntamente os nossos conhecimentos e sabedoria. A Academia de Ciências Sociais da China dá muita importância às experiências brasileiras, e está disposta a fortalecer comunicações e cooperações com colegas brasileiros. Esperamos que o Centro de Estudos Brasileiros seja uma plataforma para reforçar intercâmbios acadêmicos sino-brasileiros e promover as cooperações estratégicas entre a China e o Brasil."