O pacote de estímulo econômico de 4 trilhões de yuans (cerca de US$ 588 bilhões) da China está produzindo efeitos, o que dá um pouco de descanso ao gigante asiático, que vem tentando resgatar a economia mundial quase sozinho e está à espera da recuperação mundial.
Quatro meses após o anúncio do plano, que envolve imensos investimentos, principalmente, em infraestruturas nos próximos anos, a produção industrial parece estar se recuperando e as exportações pararam de cair.
A produção cresceu 3,8% nos primeiros dois meses deste ano, 1,9 ponto percentual a menos que os 5,7% registrados em dezembro passado. Em fevereiro, a produção cresceu 11%, primeira vez que o índice registrou um crescimento de dois dígitos desde outubro do ano passado.
"Estatísticas sobre a produção industrial do mês passado significam um bom começo neste ano. Isso reflete o impacto do pacote de estímulo sobre o crescimento econômico", explicou Zuo Xiaolei,especialista econômica chinesa.
As exportações do país asiático foram gravemente afetadas, já que a China dependia pesadamente delas para manter um crescimento econômico de dois dígitos. Agora, o gigante asiático terá de tentar estimular o consumo doméstico para apoioar seu crescimento e o desenvolvimento da economia mundial.
Um sinal positivo foi nas importações. Apesar de terem caído 43,1% em janeiro, em relação ao ano passado, em fevereiro as importações registraram uma queda anual menor, de 24,1%.
No seu relatório sobre o trabalho do governo apresentado ao parlamento chinês em 5 de março, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, fixou em 8% a meta do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano. O relatório "Situação e Perspectivas da Economia Mundial em 2009", da ONU , previu que a economia chinesa cresceria 8,4% este ano.
O país permanecerá como motor do crescimento do Leste da Ásia e de todo o mundo, já que o PIB mundial poderá crescer apenas 0,1% este ano, uma queda abrupta em relação aos 2,5% em 2008, de acordo com o relatório.
A China contribuiu com cerca de 22% do crescimento global em 2008 e deverá contribuir com uma alta proporção este ano, quando a maioria dos países desenvolvidos está à beira da recessão.