A maior mudança causada pelos 30 anos do processo de reforma e abertura da China é no pensamento do povo chinês, comentou David Lampton, professor da Universidade Johns Hopkins, em recente entrevista à Xinhua.
"Perguntei a amigos chineses qual foi a maior mudança que veio com a política de abertura e reforma, e eles não falaram sobre os edifícios e as estruturas físicas na China", disse Lampton, quem acrescentou que seus conhecidos "disseram que a mudança na mentalidade do povo chinês foi a maior mudança".
"A China abandonou o conceito de autodependência e passou a abraçar a interdependência. E acho que esta é provavelmente a mudança mais importante, não apenas para a China, mas também para o mundo", acrescentou.
Lampton, um conhecido especialista na China, sobretudo em assuntos relativos à relação sino-americana, é diretor do Instituto de Estudos da China, na Faculdade Paul H. Nitze de Estudos Avançados Internacionais da Universidade Johns Hopkins.
Lampton elogiou o que o povo chinês conseguiu durante o perído de mudanças, que começou em 1978. "Foi uma política bem-sucedida. Senão, acho que o povo chinês, que é tão pragmático, não iria continuá-la", deduziu o professor norte-americano.
A política de reforma e abertura foi "um sucesso notável" em pelo menos dois aspectos, disse Lampton. Como um resultado da política, saíram da pobreza cerca de 400 milhões de pessoas, uma população maior que a dos Estados Unidos. Além disso, a política transformou a China, anteriormente um país bastante isolado em diversos aspectos, no final dos anos 1970, em um país cuja opinião deve ser escutada e sua cooperação tem que ser solicitada para a solução da maioria dos problemas do mundo.
"Penso que as metas de melhorar as condições financeiras do povo chinês e aumentar a influência do país no mundo foram alcançadas com esta política", finalizou o professor.
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