Pintor Wu Guanzhong
    2009-03-26 14:22:59                cri

Wu Guanzhong nasceu em 1919, em Yixing, na província de Jiangsu, na China. É um dos pintores que mais contribuiu para o desenvolvimento da pintura chinesa no século XX e que conquistou enorme prestígio dentro e fora de seu país. Suas pinturas caracterizam-se pela mistura de técnicas chinesas e ocidentais, estabelecendo uma síntese que resulta em obras de uma beleza notável. Em 1992 seus quadros foram exibidos no Museu Britânico, em Londres - a primeira vez que um artista chinês vivo recebeu essa honra. Wu Guanzhong continua a produzir originais e inovadores quadros.

Prezados ouvintes. Aqueles que são apaixonados pelas obras do famoso pintor chinês, Wu Guanzhong, têm agora a oportunidade de admirá-las de perto. As três galerias mais renomadas na Ásia - Galeria Nacional de Belas Artes, a Galeria de Shanghai e a Galeria da Cingapura, estão promovendo, em conjunto, uma exposição para exibir obras que o mestre chinês, de 90 anos, tem lhes doado ao longo das últimas décadas. No programa Personalidade Cultural, gostaria de apresentar esse pintor de peso-pesado na história contemporânea de arte chinesa.

A exibição, intitulada "Arar e Oferecer", reúne mais de 180 obras produzidas por Wu Guanzhong, e mostra, por meio de documentos, fotos e vídeos, a vida profissional do mestre chinês, que durou 70 anos.

O vice-presidente da Galeria Nacional de Belas Artes, Qian Linxiang, comentou:

"O senhor Wu Guanzhong vê arte como sua vida. Vem guardando desde o início um amor sincero para com a arte, seja qual situação que enfrenta. Ele é um artista real e corajoso, que nunca parou de avançar e explorar. Wu é um pintor muito especial na história de arte chinesa, pois vem se dedicando à produção de pintura a óleo e pintura com tinta chinesa, contribuindo para a combinação das artes ocidental e oriental".

Filho de camponeses, Wu Guanzhong nasceu em 1919 no distrito Yixing, da província de Jiangsu, leste da China. Começou a aprender a pintar aos 18 anos e se formou cinco anos depois na Escola Nacional de Arte de Hangzhou, de Zhejiang, província vizinha de Jiangsu. Em 1946, o então Ministério da Educação decidiu selecionar 100 alunos para estudar na França, inclusive duas vagas para estudantes de arte. Wu se destacou entre todos os candidatos e foi admitido em 1947 pela Escola Nacional Superior das Belas Artes de Paris, seguindo o professor Jean Souverbie, personalidade que teve uma profunda influência a Wu. Numa entrevista que Wu Guanzhong concedeu à CCTV, ele recordou:

"Jean Souverbie me disse que há dois tipos de arte. Um agrada a vista, e o outro toca o coração da gente. Eu optei pelo segundo".

Após a graduação, o talentoso Wu Guanzhong podia permanecer na França, mas a carta que Vincent Van Gogh escreveu para o irmão dele incentivou o retorno de Wu à China. A carta de Van Gogh disse assim: Volte à sua terra natal, pois tu és um broto de trigo, que só vai crescer nos campos. Em 1950, Wu Guanzhong voltou à pátria.

A permanência de três anos na França permitiu a Wu sentir a essência da arte contemporânea ocidental, enquanto seu interesse pela cultura tradicional chinesa o levou a assimilar o espírito da pintura oriental, marcado pela "interpretação do sentimento".

Wu Guanzhong trabalhava como professor da Academia Central de Arte, da Universidade de Tshinghua, da Escola de Arte de Beijing e do Instituto Central de Arte e Artesanato. Em 1970, Wu foi enviado aos campos devido às turbulências causadas pela Revolução Cultural. Apesar disso, a paixão de Wu pela arte não foi afetada. Ele produziu uma série de pinturas que exibem a vida bucólica.

No fim da década de 1970, o país anunciou o fim da Revolução Cultural. Wu Guanzhong entrou também no auge de criação e produção artística. Ele rompeu a linha que demarca os estilos da pintura a óleo e da pintura com tinta. Para os ocidentais, as obras de Wu possuem o encanto extraordinário da cultura tradicional chinesa. Aos olhos dos chineses, por outro lado, as pinturas de Wu têm alma da arte contemporânea ocidental.

Em 1991, o Ministério de Cultura francês outorgou-lhe o título da arte mais alto da França. Em 1992 os seus quadros foram exibidos no Museu Britânico. Pela primeira vez um artista chinês vivo recebeu essa honra. Em 2000, Wu foi selecionado para ser acadêmico da Academia Francesa, tornando-se o primeiro artista chinês e o primeiro asiático que recebeu a honra nos últimos dois séculos.

Os quadros de Wu têm muito mercado nos leilões internacionais. Mas as obras das quais ele se orgulha foram todas doadas às galerias públicas.

Para a vice-diretora do Departamento Acadêmico da Galeria Nacional de Belas Artes, Xu Hong, os quadros produzidos entre 2007 e 2008 são "mais abertos", expressando livremente seu entendimento pela arte e pela vida.

Questionado como mantém a paixão pela produção, Wu Guanzhong respondeu:

"Não exijo muito a qualidade da vida. Ao invés disso, dedico toda a minha emoção à arte. Uma palavra. Me esqueço de mim próprio".

No início dos anos 1990, houve uma onda de imitar técnicas utilizadas nas pinturas antigas. O mestre chinês criticou o fenômeno e provocou fortes polêmicas no setor. Até agora, Wu persiste na sua opinião.

"Não há um padrão universal para as habilidades de pintar. Existe apenas emoção. Desde que se consiga expressar suas emoções, qualquer habilidade é viável. A imitação da técnica equivale à imitação de emoção, o que não vale nada".

Não dá para mentir no mundo de pintura, Wu Guanzhong diz.

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