O ano 2008 comemora-se o 50º aniversário da aplicação do sistema de autonomia étnica regional da China. Nas Regiões Autônomas das Etnias de Guangxi e Ningxia, mais de 10 etnias, importantes membros da grande família multiétnica do país, vivem harmoniosamente.
"Antigamente, a água era mais cara do que óleo. Era preciso buscar água a cerca de 15 quilômetros. A viagem levava umas 4 horas de ida e volta. Agora, todas as famílias têm cisternas e a rede de fornecimento de eletricidade e a rede televisiva alcançam todas as famílias. Estamos satisfeitos e a vida está a cada dia melhor".
Wang Wanmin, aldeão da aldeia Dujie do distrito de Long´an, na Região Autônoma da Etnia Zhuang de Guangxi, falou com nossa reportagem. Segundo ele, até 2006, sua aldeia, que se situa na zona montanhosa, não tinha eletricidade, a comunicação com o exterior era difícil e mais de 100 mil habitantes enfrentavam dificuldades no abastecimento de água potável. O diretor da Administração de Comunicação do distrito, Luo Tiansheng, atribuiu as transformações da situação atrasada ao aumento dos investimentos do governo central e do governo local nas regiões étnicas.
"Desde 2007, foram investidos cerca de 2,08 bilhões de yuans, 1,8 bilhão pelo governo de Guangxi e 280 milhões do governo distrital, na infra-estrutura de fornecimento hídrico e de eletricidade, construção de rodovias, educação e no setor de telecomunicações".
A Região Autônoma da Etnia Zhuang de Guangxi localiza-se no sudoeste da China e é a região com o maior número de minorias étnicas chinesas. Nos últimos anos, o governo central vem destinando grandes fundos e tem lançado uma série de políticas preferenciais em busca do desenvolvimento das zonas étnicas, especialmente as zonas pobres e distantes, dando prioridade às questões que mais dificultam a vida da população, como, por exemplo, comunicação, educação, assistência médica e fornecimento de eletricidade. Segundo o presidente da Região Autônoma, Ma Biao, o desenvolvimento das zonas étnicas reflete-se na elevação do nível de vida da população.
"Em 2007, a renda disponível per capita dos habitante da nossa Região chegava a 12,2 mil yuans, 42 vezes maior do que a de 1978. A população em situação de pobreza no campo diminuiu para 689 mil pessoas no mesmo ano, contra 21 milhões em 1978. As condições de vida e de produção nas zonas fronteiriças e nas zonas pobres têm sido melhoradas notavelmente".
Vinte e duas das 56 etnias têm população inferior a 100 mil habitantes e são consideradas como minorias étnicas. A etnia Maonan e a etnia Jing são grupos de população reduzida. Além do primeiro lote de investimentos, de mais de 40 milhões de yuans, o governo central decidiu investir mais 260 milhões entre 2006 e 2010 para ajudar as duas etnias no desenvolvimento dos projetos de fornecimento de água, eletricidade, rodovias, educação e saúde. O vice-diretor da Comissão Estatal dos Assuntos Étnicos da China, Wu Shimin, disse:
"A China tem uma tradição, segundo a qual as etnias populosas dão ajuda às minorias étnicas. Assim como em uma família, o irmão mais velho tem o dever de cuidar de seus irmãos, dando-lhes ajuda".
Na Região Autônoma da Etnia Hui de Ningxia, situada no noroeste, vivem mais de 2 milhões de muçulmanos. A Região é a zona mais afetada pela desertificação da terra e entre a população circula um dito: "Faz só um vento desde a primavera até o inverno, em que as areias correm pela terra e as dunas são mais altas que as casas".
Nos últimos anos, a Região tem adotado várias medidas contra o avanço do deserto e incentivado a iniciativa empresarial e individual para a arborização, além de investir pesado na construção de obras hidráulicas, no reflorescimento das áreas cultivadas e na conversão destas em terras de pastoreio. O governo central criou ainda o mecanismo de subsídio para as entidades e indivíduos que contribuem para a proteção ambiental, lançou políticas financeiras preferenciais e forneceu fundos para a emigração da população das zonas que não possuem as condições básicas de vida. O vice-diretor da Administração da Silvicultura do distrito de Yanchi, Liu Weize, disse:
"O apoio dos governos central e regional não se limita à oferta de fundos, mas inclui também a introdução de experiências de administração e tecnologias, o que nos traz confiança e esperança no combate ao avanço do deserto".
Agora, as áreas desertificadas em Ningxia diminuíram de 1,65 milhão de hectares nos anos 1970 para 1,1 milhão de hectares, a desertificação tem sido controlada e o ambiente ecológico começou a ser recuperado. Wang Junzhong, funcionário da Secretária do Saneamento do Deserto da Administração Estatal da Silvicultura, disse:
"Graças aos trabalhos árduos durante cerca de cinco anos, a cobertura da vegetação elevou-se para um nível entre 60% e 70%. Agora, não se vê mais areia movediça".
Com a melhora do ambiente ecológico, a produção de cereais em Ningxia aumenta a cada ano e a produção per capita superou a casa de 500 quilos. Em 2007, o valor total de produção chegou a 89 bilhões de yuans. O presidente da Região Autônoma, Wang Zhengwei, afirmou:
"Ningxia tem construído seu sistema industrial moderno, integrando os setores de energia, petroquímica, novos materiais de construção, equipamentos e manufatura de produtos agrícolas. Lideramos todo o país na geração elétrica per capita e a produção carbonífera per capita ocupa o terceiro lugar em todo o país".
Paralelamente ao progresso econômico, o governo da Região Autônoma da Etnia Hui de Ningxia intensificou a formação dos quadros das minorias étnicas e o desenvolvimento educacional étnico. O professor da Universidade Central das Etnias, Yang Shengmion, assinalou que o progresso das zonas étnicas não pode separar-se da aplicação do sistema de autonomia étnica regional, e este sistema representa um importante exemplo para a solução bem-sucedida dos problemas étnicos no âmbito internacional.
"Graças a este sistema, as minorias étnicas podem exercer seus direitos autônomos e participar das atividades legislativas e administrativas do Estado. Este sistema faz com que todas as etnias se desenvolvam e prosperem em pé de igualdade e garante a unificação e a estabilidade nacional".
A China tem 55 minorias étnicas, com um total de mais de 100 milhões de habitantes, cifra que representa 8,4% da população nacional. O país tem cinco Regiões de nível provincial, 30 Zhous e 121 distritos em que se adota a autonomia étnica. As áreas ocupadas cobrem 64% do território chinês. Wu Shimin atribuiu o motivo da prosperidade e do progresso comum das etnias às práticas bem-sucedidas do sistema de autonomia étnica regional em cerca de 60 anos desde 1949, quando da fundação da Nova China, e especialmente nos últimos 30 anos.