Cada vez mais chineses viajam para a América do Sul e Antártida - Entrevista exclusiva com gerente-geral da Agência Turística da Ásia da Argentina
    2009-01-22 14:34:01                cri

Nos últimos 30 anos, desde a aplicação da política de Reforma e Abertura da China, com o aprofundamento constante da abertura ao exterior e a elevação notável do padrão de vida da população, viajar ao exterior não é mais um sonho do povo chinês. A América do Sul e a Antártida são os dois continentes mais distantes da China. A viagem longuíssima e o alto preço das passagens faziam os chineses ficarem distantes. No entanto, nos últimos anos, a América do Sul e a Antártida estão sendo cada vez mais procuradas pelos chineses. Ouça a entrevista exclusiva da Rádio Internacional da China com a gerente geral da Agência Turística da Ásia da Argentina, Zhao Xiaoyu.

A Agência Turística da Ásia é a primeira criada por chineses na Argentina, com uma história de 40 anos. Ela testemunhou o processo de desenvolvimento do turismo entre China e Argentina. A gerente-geral da Agência, Zhao Xiaoyu, disse ao repórter que a aplicação da política de Reforma e Abertura alterou essencialmente a estrutura dos imigrantes chineses na Argentina e promoveu o desenvolvimento vigoroso do mercado turístico dos chineses no ultramar:

"No final da década 70 e no princípio da década 80, a maioria dos imigrantes chineses na Argentina vinham de Taiwan, que são os principais clientes de nossa agência turística. Com o aprofundamento da Reforma e Abertura, muitos habitantes de Guangdong, Shanghai e Fujian se deslocaram para o país sul-americano. Nosso negócio de viagens se tornou diversificado. Beijing, Shanghai, Hong Kong, Guangzhou, Fuzhou, Xiamen são totalmente destinos turísticos dos imigrantes chineses aqui."

Além dos imigrantes chineses, o número dos visitantes do continente asiático na América do sul aumentou sensivelmente, em comparação às décadas de 80 e 90, enquanto os grupos de turismo focaram diversificados. Ela disse:

"Nas décadas de 80 e 90, todos os grupos turísticos eram oficiais. À medida em que era aplicada a política de Reforma e Abertura, os grupos oficiais aumentavam, assim como os grupos de intercâmbio e estudo. Aliás, o nível e a quantidade de grupos se elevou e se ampliou."

A Agência Turística da Ásia recebe cerca de 200 equipes de turistas chineses na Argentina, por ano. Desde que o país latino se tornou oficialmente o destino turístico dos chineses, em 1º de janeiro de 2007, o número de viajantes individuais aumentou rapidamente. Zhao disse:

"Há 10 anos atrás, não havia turistas individuais da China na Argentina. Eram todos de Hong Kong ou Taiwan. Hoje, os habitantes das grandes cidades chinesas, como Guangzhou, Shanghai e Beijing são a maioria dos turistas individuais."

Atualmente, o preço da viagem dos chineses para a América do Sul é de 20 a 50 mil yuans. O da viagem à Antártida é pelo menos 100 mil yuans. Mesmo com a alta despesa, o número de visitantes chineses nas duas regiões cresce a cada dia. Não é raro encontrar 30 a 40 chineses em um barco rumo à Antártida. Zhao Xiaoyu considera que a Reforma e Abertura não apenas deixou o bolso dos chineses mais cheios, como também ampliou a visão deles que começaram a ter o desejo de conhecer o mundo.

"Se a China não abrisse a porta, por um lado, o mundo não conheceria o país, por outro, a população não teria a possibilidade de ver como é o mundo exterior. Então, não haveriam tantos turistas chineses na América do sul que é tão distante da China."

Segundo Zhao, os chineses também conheceram um novo modo de se proteger:

"Há alguns anos, os turistas chineses levavam muito dinheiro para viajar. Hoje, costumam usar cartão de crédito e cheque de turismo. Acho que isso é outra grande mudança trazida pela Reforma e Abertura, demonstrando que os chineses estão se integrando ao mundo."

Zhao apresentou que, nos últimos anos, os turistas chineses se tornaram os maiores consumidores na Argentina, superando os Estados Unidos e países da Europa. Por isso, o setor turístico do país sul-americano ficou atento - quase todas as lojas duty-free têm marcas em chinês e até contratam empregados que sabem falar o mandarim. Os hotéis ainda lançaram serviços especiais adequados aos costumes dos chineses.

"Quase todos os hotéis argentinos levam em consideração as demandas dos chineses. Alguns fornecem caldo e macarrão no café da manhã e têm palitinhos. Além disso, colocam-se nos quartos aquecedores de água e o chá."

30 anos depois da Reforma e Abertura, os chineses saíram pela porta do país, passearam pelo Sudeste Asiático, Europa , EUA e até América do sul e Antártida. Um modo de fazer com que os continentes mais distantes conheçam e vivam a China, seu desenvolvimento e suas mudanças.

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