Arrependo-me por visitar a China só com 80 anos
    2008-10-30 14:34:59                cri

Na China, existe um provérbio que diz "Uma imagem vale por mil palavras". Um idoso alemão chegou à China pela primeira vez quando já tinha 80 anos de idade. A partir daí, ele adorou o país e fez muitas amizades chinesas. 

A casa de Douglas fica no bairro residencial Grunewald, no centro de Berlim, capital de Alemanha. Abrindo a porta do apartamento, um idoso alto e vigoroso aparece em frente ao repórter, ele é Douglas. "Olá," Douglas cumprimentou em chinês e deu as boas vindas ao repórter.

"Acabei de fazer chá de jasmim. Aqui tenho também os rolinhos de ovo de Hong Kong. Vamos tomar um chá."

Douglas gosta de oferecer chá e bolos chineses aos convidados. Ele mostra orgulhosamente o armário ao repórter, onde coleciona todos os tipos de chá chinês: chá verde, chá de jasmim, chá vermelho etc.. Todos foram trazidos da China pelos amigos chineses. Enquanto tomava o chá, Douglas começou a relembrar sua afinidade com o país.

Werner Douglas, de 84 anos de idade, é natural de Berlim. Antes de se aposentar, ele trabalhava na Companhia Aérea Luftansa da Alemanha. Como um tripulante, ele visitou muitas cidades da Europa, América do Norte e América do Sul, porém, nunca tinha uma oportunidade de visitar a China. À medida que se reforçaram os contatos pessoais entre China e Alemanha, começaram a surgir na Companhia os rostos chineses. Alguns funcionários chineses se tornaram vizinhos de Douglas. Dia a dia, o idoso alemão começou a cumprimentar, bater papo, se reunir e até fazer amizade com os jovens chineses. Por este motivo, Douglas tomou a decisão de conhecer pessoalmente a China. Ele lembra:

"Uma vez, os colegas chineses falaram comigo sobre a China quando jantávamos. Eles me disseram que, mesmo com 80 anos, não era tarde para fazer uma visita à China. Enquanto planejava a viagem, meus colegas chineses trouxeram todos os tipos de lembranças chinesas para mim, tais como massa, chá, papéis recortados, entre outros, o que reforçou minha decisão."

Em 2004, Douglas participou de um grupo turístico de três semanas, pisando finalmente na terra da China. Relembrando a viagem, o idoso ficou muito animado. Ele visitou todas as grandes cidades e os famosos pontos turísticos do país asiático. A Grande Muralha, Palácio Imperial, Guerreiros de Terracota, Paisagem pitoresca de Guilin? cada dia e cada lugar de sua primeira visita à China é inesquecível, disse Douglas.

"Sinto-me arrependido por ter descoberto a China só quando já tinha 80 anos. Este país possui construções antigas magníficas e paisagens naturais fantásticas. Sua história de 5 mil anos e a arte e literatura brilhantes também me atraem profundamente. A mudança ocorrida em Beijing e Shanghai me surpreendeu. Lamento que não vi a imagem da China antes da reforma e abertura."

Douglas admira muito a atitude dos chineses frente aos erros e problemas. Ele contou um episódio da sua primeira visita na China:

"A China não só mostra um perfil bonito. Na viagem, visitamos uma aldeia rural, onde os camponeses levavam vidas pobres. Não havia lâmpadas. Quase não tinha nada. A China atreve-se a mostrar a pobreza aos estrangeiros, o que merece elogio. O governo chinês reconheceu a diferença entre as zonas urbana e rural e está adotando medidas positivas para que toda a população compartilhe o resultado de desenvolvimento econômico."

Após retornar da China, Douglas se tornou um verdadeiro fã da China. Ele está apaixonado por ler livros sobre a história e a literatura chinesa, especialmente, a história das dinastias Ming e Qing e contemporânea. Ele até estudou algumas palavras chinesas. Recentemente, ele começou a ter imenso interesse nos filmes chineses e se tornou grande fã do diretor chinês nos EUA Ang Lee e das atrizes chinesas Gong Li e Zhang Ziyi. Os filmes favoritos dele são In the Mood for Love, Lust?Causion e 2046. A paixão profunda pela China fez Douglas a voltar à China duas vezes, em 2006 e 2007. Na capital, ele ouvia óperas de Beijing, passeava nos Hutongs e no lago Houhai. Em Shanghai, ele morou nos becos e apanhava o barco de travessia do Rio Huangpu, experimentando dessa forma a vida cotidiana dos habitantes chineses.

Atualmente, Douglas vive em Berlim sozinho, porém, ele não se sente solitário, porque está rodeado de muitos amigos chineses. Ele ainda tem uma filha adotiva chinesa. Um dia, quando Douglas saiu de casa para comprar o jornal depois de jantar, seus amigos chineses ligaram para ele. Ninguém atendeu o telefone. Os amigos se preocuparam com o idoso e, então, foram até a casa dele para confirmar sua segurança. Douglas ficou muito comovido com isso. Ele disse:

"Os idosos são mais respeitados na China do que na Alemanha. Sinto uma diferença no tratamento com os idosos nos dois países."

A vida de Douglas está colorida e tranquila. Além de se reunir com os amigos chineses, ouvir o programa alemão da Rádio Internacional da China constitui sua aula necessária de todos os dias. Ele pediu a seus amigos chineses fotos de locutores do Departamento de Alemão da CRI. Logo que soa a voz conhecida do rádio, ele consegue dizer o nome do locutor. Douglas mostrou uma preciosidade ao repórter da CRI: um QSL de 1987. Naquele ano a Rádio ainda se chamava Rádio Pequim.

"Olá, sim. Vou a Frankfurt amanhã. Sabe quem está aqui comigo?"

No final da entrevista, Douglas recebeu uma ligação de um amigo chinês. Ele estava bastante contente, como uma criança. Para o próximo ano, o maior desejo dele é manter a disposição para fazer mais viagens à China. Vamos desejar boa saúde e felicitação ao querido Douglas.

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