Civilização Sanxingdui
    2008-10-22 14:34:23                cri

Caro amigo, você está ouvindo a reportagem sobre a Civilização Sanxingdui, a segunda da série do Concurso Sichuan, Terra Natal dos Pandas Gigantes.

Antes de tudo, vamos apresentar as duas perguntas de hoje:

1) Quantos anos durou a Civilização Sanxingdui?

2) Qual a matéria prima empregada nos objetos que representam a tecnologia da Civilização Sanxingdui: jade ou bronze?

O primeiro sítio arqueológico da Civilização Sanxingdui foi encontrado por acaso na Aldeia Sanxing por um camponês de sobrenome Yan há 75 anos. Sua descoberta, seguida de vastas escavações e pesquisas arqueológicas nas dezenas de anos confirmaram que Sanxingdui foi a capital do antigo reino Shu entre 5 e 3 mil anos atrás.

O acervo de Sanxingdui desencadeou uma nova datação da história do reino Shu, ampliando sua existência em 2 mil anos. Além disso, seu contexto demonstra que a civilização do rio Yangtsé, representada pela civilização de Sanxingdui, foi, ao lado da civilização do rio Amarelo, um dos berços da civilização chinesa.

A Aldeia Sanxing se situa na província de Sichuan, sudoeste da China. O trajeto de ônibus entre Chengdu, a Capital da Província, e a aldeia demora cerca de uma hora. A localidade já não ostenta a mesma tranqüilidade de outrora devido ao grande fluxo de pesquisadores e turistas. O principal sítio de escavações ganhou um museu há 10 anos.

A guia do Museu de Sanxingdui, Qiu Xueqing, disse: A descoberta da relíquia a 30 graus da latitude norte se reveste de grande importância. "Outros mistério que se encontram na mesma latitude são o monte Qomolangma, a relíquia da civilização Maia e o Triângulo das Bermudas. Sanxingdui pertence a um reino antigo cujas relíquias se espalham por zonas mais amplas, cuja existência é a mais longa e cuja cultura é a mais rica entre os reinos descobertos no sudoeste chinês".

Segundo as pesquisas arqueológicas, esta capital, mesmo possuindo completos sistemas funcionais de uma cidade antiga, foi abandonada bruscamente há cerca de 3 mil anos, deixando a impressão de que sua história foi interrompida no auge da civilização. Há cinco anos, a descoberta da relíquia Jinsha, nos subúrbios da cidade de Chengdu, inspirou os arqueólogos: as peças desenterradas em duas localidades e seus estilos são surpreendentemente semelhantes. Por esta razão, o acervo Jinsha, entre 500 e 1000 anos mais novo do que o acervo Sanxingdui, é considerado por muitos eruditos como a continuidade da civilização Sanxingdui. Alguns especialistas acham que o antigo reino Shu mudou sua capital de Sanxingdui para a localidade onde foi encontrado o acervo Jinsha. As inundações, guerras e epidemias estão entre as hipóteses mais aceitas sobre o abandono da cidade. No entanto, o enigma ainda está por ser decifrado.

O mistério também ronda os objetos desenterrados. Qiu diz que as peças de bronze merecem todas as atenções e algumas figuras humanas de bronze desafiam a imaginação dos visitantes: elas têm olhos grandes e nariz alto, semblante muito diferente à dos asiáticos. Indicando uma máscara de bronze, aliás a mais representativa do museu, a guia disse que a máscara de bronze com olhos esbugalhados representa o primeiro rei do Shu.

"Esta é a maior máscara de bronze do mundo e o patrimônio de nosso país. Reparem em suas feições: os olhos em forma de coluna redonda, as orelhas grandes e pontilhadas".

Uma peça do Museu atraiu a atenção do visitante francês Humbert-droz, que começou a duvidar até sua própria capacidade de sentença. Trata-se de uma peça batizada de Árvore que liga-se ao Céu. "Estas peças foram exibidas na França há alguns anos. Me surpreendi no Museu, apesar de saber que a civilização chinesa é muito antiga".

A Árvore de bronze mede 3,6 metros de altura e é a parte restante de um objeto desenterrado. Na antiguidade, os chineses consideravam que as árvores era a encarnação de todo o cosmo: o Sol, a Lua e as constelações, para eles, eram frutos das árvores. A guia apresentou: "Esta árvore é uma das peças de bronze mais requintadas. Não há precedentes tanto na concepção como na tecnologia de fundição utilizada. De Sanxingdui foram desenterradas 8 árvores desse tipo e duas foram restauradas. Levamos três anos para restaurar esta aqui".

Além da tecnologia utilizada, as árvores de bronze representam o entendimento da população sobre o Céu, a Terra e todo o cosmo. O pesquisador do Museu Ao Tianzhao, mais de 70 anos, dedica-se aos estudos da civilização Sanxingdui há mais de 50 anos.Ele disse que a estreita integração do poder real e do poder divino deve ser uma das maiores características daquela época, quando Sanxingdui era o centro religioso. "Foram desenterradas grande quantidade de peças de bronze em forma de figuras humanas e utensílios usados em rituais. Podemos considerar que o reino Shu cultuava a natureza, seus ancestrais e que era totêmico. Seus membros, provavelmente, costumavam promover grandiosos rituais para atrair peregrinos das tribos vizinhos".

Pode-se dizer que os objetos de bronze são os mais representativos da descoberta da relíquia de Sanxingdui e demonstram o avançado nível da tecnologia do Reino Shu. No entanto, o acervo inclui uma grande quantidade de objetos de marfim e conchas. Trata-se de mais um enigma, porque não existem as condições de sobrevivência de elefantes na localidade e a província de Sichuan se situa longe do mar. A guia Qiu Xueqing disse: "Foram desenterradas aqui cerca de 5 mil objetos de marfim e conchas. Segundo alguns pesquisadores, estas foram trazidas através da Rota da Seda do Sul e demonstram que o antigo reino Shu mantinha laços comerciais com a Ásia do Oeste e a Ásia do Sul".

Caro ouvinte, apresentamos assim a segunda reportagem do Concurso Sichuan, Terra Natal dos Pandas Gigantes. Repetimos agora as duas perguntas:

1)Quantos anos durou a Civilização Sanxingdui?

2)Qual a matéria prima empregada nos objetos que representam a tecnologia da Civilização Sanxingdui: jade ou bronze?

Agradeceria que mande suas respostas para o Departamento de Português, Rádio Internacional da China, Beijing, China.

Amanhã, levaremos ao ar a terceira reportagem do concurso. Não perca.

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