Vida nova para os aldeões de Sangmo
    2008-10-15 14:53:41                cri

Situada a uns dez quilômetros de Lhasa, capital da Região Autônoma do Tibete, a aldeia de Sangmo é famosa por preservar hábitos e costumes étnicos que constituem a grande atração do turismo local.

Na manhã de 21 de junho, a tocha dos Jogos Olímpicos de Beijing começou seu revezamento em Lhasa. Muitos habitantes da aldeia de Sangmo, em trajes de festa, participaram da cerimônia de acolhimento da tocha olímpica com canto e dança. A aldeã Yangzom, de 87 anos, disse: "Arrumei a minha casa, as flores no pátio estão todas abrindo, e preparei hada e aguardente de cevada para receber os turistas a qualquer momento."

A aldeia de Sangmo é uma das famosas terras de canto e dança do Tibete. Em 2002, começou a dedicar-se ao turismo. Segundo a dona Yangzom, o número de turistas no Tibete e em sua aldeia aumentará graças com estação de clima mais ameno, o funcionamento da estrada de ferro Qinghai-Tibete e o revezamento da tocha olímpica na região. Yangzom é a guia e cantora mais idosa da aldeia, e por isso muitos turistas têm oportunidade de apreciar suas canções durante a visita.

Yangzom apresentou uma canção intitulada Zhuoma Lakang. É uma canção folclórica muito popular entre os tibetanos. A letra diz: as montanhas de nossa terra são as mais belas, os rios de nossa terra são os mais límpidos e nossos conterrâneos são francos, honestos e bondosos. A dona Yangzom canta a mesma canção passando do antigo Tibete para o novo Tibete, mas canta a mesma canção com diferentes estados de ânimo. Ela disse: "No antigo Tibete, os tributos "ula" (impostos em dinheiro, serviços de corvéia e foros de terra), eram muito pesados. Vivia do cantar para ganhar a vida e naquele tempo não tinha nem sapatos. Depois da libertação pacífica do Tibete, comecei a levar uma vida normal e cantar para entretenimento. Agora, satisfeita com a vida feliz, tenho grande prazer em apresentar minhas canções aos turistas que vêm de longe."

Sangmo, o nome da aldeia, significa "terra fértil" na língua tibetana. A aldeia possui não só terras férteis, como ainda ricos recursos culturais. No entanto, durante longo tempo, os aldeãos não estavam cientes do seu patrimônio e dos benefícios econômicos que poderiam obter. O chefe da Comissão de Administração da aldeia, Tubdain, disse: "Temos canções específicas para todo tipo de trabalho como, por exemplo, a construção de casas, a lavoura e o pastoreio. Mas ninguém pensava que os cantos e danças pudessem gerar dinheiro."

Com a abertura do Tibete, os aldeãos começaram a dedicar-se à agricultura voltada às cidades e, até 2002, a renda per capita totalizou 2500 yuans, com 430 yuans acima da renda per capita dos agricultores e pastores tibetanos no mesmo ano. Uma companhia de turismo de Lhasa viu com bons olhos a aldeia de Sangmo e foi conversar com o chefe Badro.

 

"Em 2002, o gerente de uma empresa de turismo veio a nossa aldeia e mostrou a vontade de estabelecer uma parceria conosco para criar uma companhia de turismo voltada para os hábitos e costumes de nossa aldeia. Depois de avaliações da Comissão de Administração da aldeia, aceitamos a proposta."

O turismo foi uma novidade para os aldeãos e só uns 30 jovens se associaram à empresa. No primeiro ano após a criação da empresa, no entanto, a aldeia de Sangmo recebeu mais de 2600 turistas nacionais e internacionais e o número aumenta a cada ano. Em 2007, o número rompeu a casa dos 30 mil. A renda mensal dos habitantes se elevou para 800 yuans contra os 300 yuans no início.

Vendo que os sócios da empresa prestam serviços turísticos sem sair da aldeia e ao mesmo tempo, cuidam de seus afazeres agrícolas ganhando mais dinheiro, outros aldeãos vieram participar. Uns fornecem terrenos, outros abriram pousadas e outros ainda apresentam cantos e danças étnicas aos turistas. A hospitalidade dos aldeãos impressiona os visitantes. O turista Li, procedente da província de Gansu, disse: "É a primeira vez que venho ao Tibete. Na minha imaginação, o Tibete era atrasado e pobre. Mas, a realidade é totalmente diferente do que eu imaginava. Os tibetanos são hábeis em canto e dança e vivem felizmente. Da viagem, conheci o verdadeiro Tibete."

O aldeão Tenzin Kunga, de 70 anos, considera que os contatos com o mundo exterior, no processo de prestação de serviços turísticos, têm feito com que seus conterrâneos mudem seus conceitos e seu modo de vida e se tornem mais abertos. Citou um exemplo: "Agora, nossas casas e toda aldeia são mais limpas e os aldeãos se sentem mais desembaraçados nos contatos com os turistas."

Segundo Tenzin Kunga, até os garotos, que tinham certo receio de pessoas desconhecidas, servem de guia aos turistas.

Segundo dados estatísticos, em 2007, mais de 30 mil agricultores e pastores no Tibete estavam oferecendo serviços turísticos, a receita do turismo chegou a 220 milhões de yuans e a renda líquida per capita dos agricultores e pastores no setor de turismo totalizou 6300 yuans, duas vezes maior do que a renda per capita da população rural do Tibete. O vice-diretor da Administração do Turismo do Tibete, Tanor, opina que o turismo rural do Tibete tem grandes perspectivas.

 

"Nos últimos cinco anos, o turismo no Tibete tem conhecido rápido desenvolvimento. Os habitantes vêem pessoalmente os benefícios da prestação dos serviços turísticos, começaram a transformar seus modos de vida e produção e seus conceitos, e passam a depender do setor turístico e do setor de proteção do meio ambiente em busca do aumento de sua renda e de uma vida melhor", disse.

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