Montanhas de neve, lagos consagrados e o grandioso Palácio Potala formam a paisagem encantadora do Tibet, no sudoeste da China. O povo tibetano vem criando, ao longo da história, uma brilhante cultura marcada por suas epopéias e óperas locais.
Eis os trabalhadores tibetanos que restauram o Palácio Potala, cantando. Na língua tibetana, esse tipo de trabalho se chama "A Ga". "A Ga", de fato, significa argila, material utilizado para a restauração da obra. Seu método mantém tradicional: os trabalhadores revestem a argila no teto ou chão e a batem com ferramentas feitas de madeira ou pedra até ela se tornar lisa como mármore.
O Palácio Potala foi construído no século VII, sob a ordem do então rei tibetano Songtsen Gampo, para ele se casar com a princesa Wencheng, da Dinastia Tang. O local virou em seguida moradia do Dalai Lama, líder político e religioso do governo local do Tibet. Ao longo do milênio, o Palácio Potala tem sido o lugar sagrado do budismo tibetano e o símbolo da cultura tibetana.
O diretor do Departamento para Administração do Palácio Potala, Jampa Kelsang, 65 anos, trabalha há mais de 20 anos na proteção da obra. Segundo ele, cada sala dentro do Palácio conta um trecho da história. Desde a década de 1980, o governo central investiu 26 milhões de dólares na restauração do Palácio. A segunda restauração, que começou em junho de 2002, visa consolidar o alicerce da obra e proteger sua superfície.
"Desta vez não focalizamos na restauração do salão principal, mas sim o alicerce e a superfície da obra. Como o palácio é muito alto, a consolidação do seu alicerce se tornou a questão chave. A recuperação da superfície, por outro lado, pode proteger as pinturas de parede (ou afrescos, Zhu?) da chuva", disse Jampa Kelsang.
O controle do fluxo de turistas começou no dia primeiro de maio de 2003, de acordo com Jampa Kelsang. A partir do ano passado, o número diário de visitantes ao Palácio Potala foi restrito no patamar de 2.300 pessoas. A visitação, que deve ser marcada com antecedência, pode durar, no máximo, uma hora.
A epopéia Gesar é outro orgulho do povo tibetano. Ela narra a história do rei Gesar, sendo a epopéia mais comprida do mundo. Há vinte anos, uma equipe de acadêmicos chineses foi formada para coletar e catalogar as histórias sobre Gesar espalhadas entre a população tibetana. O pesquisador da Academia de Ciência Social, Tsering Phuntsog, revelou que sua entidade está empenhada neste momento em recuperar as memórias de Gesar, narradas por um tibetano de 85 anos.
"Até o momento, foram lançadas cerca de cem publicações sobre a história do rei Gesar. São coleções de histórias narradas por diferentes artistas, e nenhuma delas é completa. Por isso decidimos fazer coleções das histórias de Gesar narradas por uma pessoa só".
De acordo com o pesquisador chinês, no tradicional Festival anual de Shotong, os narradores tibetanos se reúnem para divulgar a epopéia.
A ópera tibetana combina canto, dança e narração. Uma das suas espécies, ópera de Juemulong, com 300 anos de história. Chung Da é membro de um grupo artístico da ópera tibetana.
"Os nossos membros possuem entre 14 e 80 anos. O número de apresentações cresce muito durante o verão. Estamos muito satisfeitos com as receitas".
Conforme o vice-presidente do governo do Tibet, Deng Xiaogang, tanto o governo central como o governo regional investem pesado na proteção da cultura tibetana.
"Estamos nos empenhando em proteger e desenvolver a cultura tibetana. Tomamos algumas novas medidas após a entrada no funcionamento da ferrovia Qinghai-Tibet. O intuito é aproveitar o turismo e a cultura para promover a cultura tibetana".