Yangzhou, cidade perdida no passado
    2007-08-09 16:05:17                cri

Repleta de monumentos que relembram antigos dias de glória, Yangzhou é o melhor lugar para fugir da agitação urbana e se perder entre os testemunhos de um passado cosmopolita.

A abundância de patrimônios históricos em Yangzhou revela que esta cidade chinesa, hoje pequena, um dia foi um dos centros econômicos e culturais do Sul da China. Situada no ponto de encontro do Grande Canal com os rios Yangtzé e Huaihe, a sua longa história remonta ao ano 500 aC.

Os caminhos aquáticos que ligam a cidade ao interior e a outras metrópoles da China fizeram a prosperidade de Yangzhou. Durante a dinastia Tang, o local abrigava diferentes comunidades estrangeiras, inclusive um grande grupo de mercadores persas. No entanto, foi a revitalização do Grande Canal e o fluxo maciço de fundos trazidos pelos comerciantes de sal durante a dinastia Qing que contribuíram para aumentar a riqueza de Yangzhou.

Foi nesse contexto que Yangzhou aprimorou a tradição de contar histórias (ping hua), freqüentemente atraindo a atenção da corte imperial. Em virtude disso, ali se concentraram artistas e mecenas, na maioria, funcionários aposentados. A prosperidade da dinastia Tang deu a pintores, contadores de história e letrados meios de aprimorar sua arte enquanto os aposentados, determinados a viver fora do cotidiano, faziam doações a templos, ornamentavam jardins e patrocinavam as artes.

Apesar de não passar completamente pelo teste do tempo, muitos patrimônios dos dias de glória do passado enfeitam esta pequena cidade da província de Jiangsu.

Apesar de incontáveis visitantes vindos de Nanjing e de outras cidades ao redor superlotarem as principais atrações, Yangzhou é bem localizada para um passeio agradável. Numerosos jardins e templos no norte e nordeste da cidade, menores em comparação com os dos principais pontos turísticos, criam uma atmosfera que faz Yangzhou inesquecível.

O Jardim Ge (Ge Yuan), uma clássica combinação chinesa de pedra e água, está cheio de pavilhões curiosamente modelados, ideais para um piquenique. As pedras usadas no paisagismo sugerem as quatro estações, que podem ser sentidas num instante com ajuda da imaginação. A partir daí, é um caminho curto para o Museu da Cidade de Yangzhou, que preserva uma série de pavilhões antigos selecionados. Considerado um dos melhores museus provinciais da China, ele inclui uma embarcação de madeira com mil anos de história, recuperado do Grande Canal. O objeto mais antigo é um traje funeral da dinastia Han, feito com 500 peças de jade.

Justamente na esquina está localizado um templo em homenagem ao herói local, Shi Kefa. No final da dinastia Ming, ele sacrificou a própria vida no combate contra a invasão manchu. Os manchus edificaram este memorial em homenagem a sua coragem, talvez como recurso para acalmar a população local.

Caminhando em direção ao centro da cidade, os estudantes do Islã vão ficar felizes em encontrar a Mesquita do Grou, o principal testemunho da presença dos comerciantes persas em Yangzhou durante o período medieval. Simples, pequena e sem decorações exceto uma parede totalmente coberta de caligrafias árabes, trata-se de um exemplo da arquitetura islâmica na China. Semelhante é o Túmulo de Puhaddin, dedicado ao descendente do profeta Muhammad que veio à China no século XIII. Ele morou dez anos em Yangzhou e considerava a cidade seu lar favorito, insistindo em ser enterrado dentro de seus muros. Uma sala adjacente, com um acervo de pinturas e artefatos, apresenta aos visitantes sua vida lendária.

O sul de Yangzhou tem seus próprios atrativos. A principal jóia é o Jardim He (he yuan). Construído no século XIX, o jardim em miniatura tem árvores, arbustos e uma trilha elevada feita especialmente para criar uma sensação de variedade e profundidade. É um lugar ideal para um passeio em manhãs de sol ou à tarde. Charmosas casas de chá proporcionam aos visitantes exaustos da caminhada um bem-vindo descanso.

Um pouco fora da cidade, mas muito interessante é o Pagode Wenfeng. Construído em 1582, foi deste pagode de sete andares que monge Jian Zhen partiu para o Japão. Hoje em dia, o local transformou-se num ponto para apreciar as intensas atividades nos canais e oficinas de Yangzhou.

Dicas de Viagem

Apesar de cercado por canais e rios, Yangzhou tem verões extremamente quentes e invernos rigorosos. A primavera e outono são as melhores estações para a visitação. Entre abril e maio de cada ano, tem lugar em Yangzhou o Festival Yanhua Sanyue, em celebração à chegada da primavera. Se você for durante essa temporada, não perca os shows, exibições e feiras. Yangzhou é agora uma cidade moderna e muitos de seus tesouros, embora não estejam marcados no mapa, podem ser descobertos ao percorrer suas estreitas ruelas e antigos becos. Ela não tem tanta fama como Nanjing e, por isso, é menos explorada, o que não significa que é menos interessante.

Transporte

Aeroporto: o aeroporto mais próximo fica em Nanjing. Uma linha de ônibus parte do aeroporto para Yangzhou. A viagem leva duas horas e meia. Os taxistas na saída do aeroporto vão oferecer a viagem por um preço que varia entre 150 e 200 yuans.

Bicicleta: dá para alugar bicicletas na Giant Bicycle, em Yangzhou. Eles cobram 15 yuans por hora, 20 yuans por duas horas, 50 yuans por 4 horas e 60 yuans pelo dia inteiro.

Táxi: o táxi é bem barato. O preço inicial é 6 yuans. Embora útil para atravessar grandes distâncias, muitos lugares são acessíveis a pé.

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