O Sonho do Pavilhão Vermelho
    2007-08-02 10:28:23                cri

Caro amigo, você já ouviu falar sobre as quatro obras clássicas chinesas: o Sonho do Pavilhão Vermelho, Peregrinação ao Oeste, Romance dos Três Reinos e À Beira da Água. Nos últimos 20 anos, elas foram sucessivamente levadas para as telas e palco e também acabaram marcadas por suas trilhas sonoras. No programa de hoje, vamos curtir algumas faixas da novela O Sonho do Pavilhão Vermelho.

O Sonho do Pavilhão Vermelho foi escrito há 200 anos. Durante os últimos anos, no entanto, a obra vem conquistando milhares de leitores. Apontada como uma das obras primas da literatura chinesa, o romance descreve o cotidiano de mais de 700 personagens de diversas camadas sociais chinesas como família imperial, mandarins, comerciantes, monges, concubinas e seus costumes. Através de um grupo de jovens mulheres, o autor demonstra o processo de decadência da família dos Jia, símbolo da dinastia Qing.

Caro ouvinte, a canção que você está ouvindo é a música tema da novela. Ela retrata o desfecho trágico entre Jia Baoyu e Lin Daiyu, dois jovens apaixonados que não conseguem se casar. Os versos dizem:

"Se não temos afinidade, por quê me encontro com ele

Se temos afinidade, por quê não consigo me apaixonar mais por ele?"

O fio do romance concentra-se na amorosa disputa entre Lin Daiyu e Xue Baochai com Jia Baoyu, um filho nobre da família feudal. Desde seu nascimento, sua família preparava um caminho que o levaria à fama e fortuna. Contudo, a sua vida especial o converte num rebelde contra o feudalismo. O amor entre ele e Lin Daiyu, por outro lado, encontra forte oposição entre sua família. Finalmente, ele resolve ir para um templo.

O autor, Cao Xueqin, empenha todo o seu sentimento para descrever um grande número de moças destruídas pelos ritos da sociedade feudal. Nem as filhas das mais pomposas famílias nem as mais pobres conseguem escapar do destino trágico.

Lin Daiyu, namorada de Jia Baoyu, é muito inteligente. Ela tem vivido sob o amparo de sua avó devido à morte dos pais. O injusto tratamento recebido pela família da avó a torna arrogante e solitária. Ela desvaloriza os chamados sábios feudais e todos aqueles que procuram fama através do retrato de simples estereótipos. Lin preciosa do amor puro com Jia Baoyu e morre tristemente na noite do casamento de Jia com Xue Baochai.

A seguir, vamos curtir a canção «Queimando as flores»

Os versos dizem:

"As pessoas me chamam de tolo quando queimo as flores

Mas quem me enterrará quando morrer".

Caro ouvinte, acabamos de curtir Queimando as Flores. Interpretada por tradicionais instrumentais chineses como o violino chinês e a flauta de bambu, nos transmite a forte tristeza nutrida por Lin sobre o seu destino.

O cotidiano de Cao Xueqin, tal como a de Shakespeare para os ocidentais, é um enigma para os chineses. Sabe-se apenas que viveu na dinastia Qing, entre os anos 20 e 60 do século XVIII, durante o domínio dos imperadores Yongzheng e Qianlong.

Na infância, teria levado uma vida luxuosa. Sua família, que servia a família imperial,

pertencia a uma linha aristocrática especial. Sua bisavó tinha sido a ama do imperador Kangxi e os seus bisavô e avô teriam sido destacados funcionários da dinastia Qing. Após a morte do imperador Kangxi, houve uma série de disputas entre os governadores da dinastia Qing. A família de Cao foi vítima dessas disputas. Yongzheng eliminou todos os seus rivais. Durante a decadência da família, Cao tinha dezesseis ou dezessete anos. Após a morte de seu único filho, Cao faleceu em 1763, deixando uma choça vazia, a obra o Sonho do Pavilhão Vermelho e uma esposa ainda muito jovem. Foi enterrado no sopé da montanha Oeste de Beijing, com a ajuda dos amigos.

A obra, originalmente intitulada de «A História da pedra», tem cento e vinte capítulos, mas só os primeiros oitenta foram escritos por Cao Xueqin. Os demais foram acrescentados por outro escritor. Como uma grande enciclopédia da sociedade chinesa do século XVIII, o Sonho do Pavilhão Vermelho atrai muitos pesquisadores. A seguir, vamos conhecer um deles: Zhou Ruchang.

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