Diretor Liu Junyi e seus filmes realistas
    2007-08-01 15:54:13                cri

Liu Junyi, 37 anos, nasceu na província de Hubei, no Sul da China. Ele iniciou sua carreira profissional como um poeta e até agora persiste em produzir poemas. Nutre desde sempre o espírito de literatos antigos chineses, marcado pela responsabilidade social, fato que o levou a focalizar o tema nos filmes realistas. Sua recente produção, Liu Shou Er Tong (Crianças Guardadoras, em livre tradução), é um exemplo distinto.

A rápida expansão econômica e a aceleração da urbanização provocaram um enorme fluxo de trabalhadores migrantes rumo ás cidades chinesas. Muitos de seus filhos permanecem no campo e enfrentam uma série de problemas durante o crescimento em virtude da ausência de seus pais. De acordo com as autoridades chinesas, cerca de 60 milhões de crianças chinesas enfrentam esta situação. Crianças Guardadoras fala justamente do fenômeno social. Xiaofu, um dos protagonistas do filme, passou a viver com a avó analfabeta depois de os seus pais saírem de casa em busca de empregos na cidade. Seu amigo Du Xiaowei, por outro lado, tinha que cuidar do avô doente, assumindo toda a responsabilidade familiar. Yueyue e seu irmão se hospedaram na casa da tia.

Ao falar da iniciativa, o diretor chinês se emocionou. "O fenômeno envolve, de fato, milhões de chineses, inclusive as crianças, seus pais e avós. Acho que isso merece nossa atenção", disse Liu.

Crianças Guardadoras foi filmado em Xiangfan, terra natal do diretor. Os diálogos ocorrem no dialeto local e os métodos da filmagem de documentários foram amplamente empregados. Para Liu Junyi, tudo isso pode interpretar melhor a vida real dos moradores locais.

É difícil, não obstante, para um filme como esse obter uma boa bilheteira no mercado doméstico. Em relação à questão, Liu Junyi respondeu:

"A minha companhia investiu no filme almejando uma retribuição à sociedade. Mas o que me surpreendeu foi a reação da sociedade depois da estréia do cinema. Eles me enviaram cartas e manifestaram que vão prestar mais atenção a este grupo social e ajudá-lo".

Um Milhão, outra produção cinematográfica de Liu Junyi, ganhou em 2004 o prêmio de melhor filme estrangeiro no Festival de Nova Iorque. No filme, Gunzi e Gezi, dois jovens em namoro, levavam uma vida tranqüila até que Gunzi, por incidente, conquistou uma fortuna que mudou a vida dos dois. Depois de um período de grande satisfação com a vida material, a Gezi reparou que seu namorado já não era aquele Gunzi simples que um dia havia amado. Persuadiu-o a devolver o dinheiro e o casal voltou à sua rotina anterior, simples e feliz.

O País possui agora um grande número de jovens cineastas talentosos. Suas produções são frequentemente premiadas nos festivais internacionais, mas não conseguem obter um bom resultado na bilheteira. Liu Junyi falou sobre o dilema:

"Como membro do grupo desses jovens diretores, acho que não há necessidade de reclamar. Nós precisamos de apóio e da ajuda concedida pela sociedade e dos diretores de peso-pesado, mas o mais importante é romper as barreiras existentes entre nós e os telespectadores. Estou convicto de que podemos apresentar produções cada vez melhores".

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