O dia primeiro de julho marcou o décimo aniversário do retorno de Hong Kong à China. O continente chinês e Hong Kong vêm reforçando, no último decênio, suas cooperações nas áreas de economia e cultura. O setor cinematográfico é, sem dúvida, uma das vanguardas deste processo de aproximação, com mais de duzentos filmes de co-produção já exibidos nas salas de cinema.
Eis o filme Lao Gang Zheng Zhuan (História de Um Hongkongnês, em livre tradução), que acaba de entrar no circuito nacional. O filme, produzido em homenagem ao décimo aniversário do retorno de HK à China, narra a história de uma família hongkongnesa ao longo dos últimos quarenta anos, registrando fatos históricos como o retorno de HK, em 1997, a crise financeira e o período de Sars, entre outros. O sonho do protagonista, um funcionário de cinema, é visitar a Praça de Paz Celestial, em Beijing, Capital chinesa.
Desde 1997, os cineastas do Continente e de Hong Kong vêm promovendo positivas cooperações na filmagem e distribuição das produções cinematográficas, bem como na construção de salas de cinemas. Em 2003, sete filmes de co-produção entre o Continente e Hong Kong entraram no ranking dos campeões de bilheteira do país. O gerente da Companhia para Desenvolvimento de Filmes Chineses no Exterior, Yang Buting, apresentou:
"Entre os filmes de co-produção com Hong Kong, se destacam Herói, Banquete, Um Mundo sem Ladrão, Sete Espadas, entre outros. São produções de excelente qualidade que conquistaram enorme sucesso de bilheteira".
De acordo com Yang, os filmes de ações de Hong Kong possuem fama mundial. O continente chinês, por outro lado, pode oferecer variados lugares para a filmagem de cenas exteriores. Herói, do diretor Zhang Yimou, é um exemplo bem-sucedido. Combinando os recursos materiais e humanos de duas partes, a produção fez sucesso tanto no mercado doméstico como no exterior.
Em 2005, a Pedra Louca, investimento do ator de Hong Kong, Liu Dehua (Andy Lau) para o diretor do continente, Ning Hao, foi outro tremendo sucesso de co-produção. A comédia conta a história de um grupo de ladrões que tem como alvo uma pedra preciosa descoberta numa fábrica na cidade de Chongqing, batendo o recorde de bilheteira entre as produções de baixo custo do ano. O presidente da Big Media Group Limited, de Hong Kong, Feng Yong, avaliou:
"A Pedra Louca pode ser vista como uma linha de demarcação para o mercado nacional. É um sucesso sem precedentes entre as comédias já produzidas neste país. O resultado na bilheteira reflete a aceitação destas produções por parte dos telespectadores do continente".
O diretor Xu Xiaoming foi o primeiro cineasta hongkongnês a introduzir filmes de Hong Kong no continente chinês. Sua produção cinematográfica, Huo Yuanjia, provocou frisson durante a estréia neste país. Ele falou das cooperações entre cineastas de duas partes:
"Ao longo do último decênio, vejo um grande progresso nas produções de co-produção entre Hong Kong e o Continente. Muitas delas não só bateram o recorde na bilheteira, mas também foram elogiadas pelos críticos internacionais. Há dez anos, não podíamos imaginar que uma co-produção pudesse conquistar uma bilheteira de milhões de dólares".
Beijing promoveu há pouco tempo a mostra de 16 filmes de co-produção com Hong Kong. Cineastas de duas partes estão com bons olhos no futuro do setor, conforme Feng Yong.
"Em minha opinião, Hong Kong é muito experiente na administração, financiamento e distribuição das produções cinematográficas. O continente, por outro lado, possui ricos recursos materiais e humanos em relação ao procedimento de produção. O custo de produção cinematográfica no Continente também é bem mais baixo que o de Hong Kong. Neste sentido, temos muito a compartilhar".
Para Feng, o crescente contato entre os setores cinematográficos de Hong Kong e o continente trará uma relação ganha-ganha a ambos os lados.