A maior delegação olímpica na história do Brasil espera realizar sua melhor apresentação na história das Olimpíadas durante a edição dos Jogos em Beijing, já que conta com muitos dos melhores esportistas do mundo em diversas categorias.

"Quero que ganhem quantas medalhas for possível", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando se reuniu com os atletas durante a cerimônia de despedida.

O vôlei e a vela, modalidades que obtiveram duas medalhas de ouro em Atenas 2004 cada uma, quando o país sul-americano obteve o que foi até agora seu maior sucesso olímpico (cinco ouros), voltam a se perfilar como as duas disciplinas com maior esperança na capital chinesa.

As equipes de vôlei de quadra e de praia são candidatas para obter quatro ouros, segundo as previsões do programa de esportes mais popular do Brasil, o Globo Esporte.

A equipe masculina de quadra, liderada por Gilberto Godoy, o Giba, é favorita com os títulos obtidos em todas as mais importantes competições internacionais desde 2001, entre elas a Olimpíada, os Campeonatos Mundiais e a Copa do Mundo.

"Acredito que conto com os melhores jogadores e temos confiança de que ganharemos o campeonato", diz o treinador brasileiro, Bernardo Rezende, que considera a Rússia e Bulgária os maiores obstáculos.

Sobre a areia, os atuais campeões, Ricardo Santos e Emanuel Rego, deverão enfrentar o desafio cada vez mais perigoso de Todd Rogers e Phil Dalhausser. A dupla americana foi campeã do mundo em 2007.

As mulheres brasileiras também estão mais que dispostas a ganhar ouros para seu país. A equipe de vôlei de quadra se tornou uma das favoritas depois de participar de seu sétimo Grand Prix Mundial com um registro perfeito de cinco vitórias e zero derrotas. Mas seu treinador, José Roberto Guimarães, disse que não tem "ilusões" sobre os Jogos Olímpicos.

"O Grand Prix e a Olimpíada são duas competições muito diferentes", assegurou.

As brasileiras que irão à areia do Parque Chaoyang, sede das partidas de vôlei de praia, terão desafios um pouco mais difíceis. Misty May-Treanor e Kerri Walsh, dos Estados Unidos, construíram uma aura de invencibilidade com suas vitórias nos dois campeonatos mundiais depois de obtiveram ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas. Além disso, faz quase um ano que não perdem uma partida.

No que diz respeito ao futebol, e apesar de ninguém discutir sua qualidade, comprovada pelo pentacampeonato mundial, a história olímpica da equipe masculina do Brasil não é a mais rica: nunca conquistou uma medalha de ouro. O melhor resultado até hoje foi a prata em Los Angeles, 1984 e Seul, 1988. Por isso, e com a intenção de corrigir essa disparidade, Dunga, o técnico da seleção canarinha, recrutou um time que é, até agora, a mais capitalista do país para uma Olimpíada.

E em relação ao time feminino, o Brasil tem sérias possibilidades de ganhar seu primeiro grande título futbolístico em Beijing.

As outras esperanças do país de subir ao pódio são na vela, judô, ginástica e equitação.

No entanto, o Brasil, que pela primeira vez enviará 272 atletas a uma Olimpíada, não só visa ao êxito esportivo, mas também a uma nova posição na família olímpica.

O Rio do Janeiro está competindo para ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, junto com Tóquio, Chicago, e Madri. A segunda maior cidade do Brasil, famosa por seu Carnaval, mas também por sua violência, busca levar pela primeira vez o evento esportivo mais importante do mundo à América do Sul.

O desempenho de seus esportistas em Beijing pode ajudar nesse propósito.