Um porta-voz do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Beijing condenou, segunda-feira(dia 7), energicamente a interrupção do revezamento da tocha olímpica causada por um pequeno número de secessionistas que buscam a "independência do Tibet" e por um grupo de chamados ativistas de direitos humanos que pertencem a algumas organizações não-governamentais.

Segundo o porta-voz, o grave incidente mostrou claramente que os secessionistas tentaram atrapalhar e sabotar a Olimpíada de Beijing de uma forma planejada, premeditada e organizada.

O que os separatistas fizeram está longe de serem demonstrações "pacíficas", mas tentativas para frustrar o tranqüilo revezamento da tocha olímpica através de meios violentos, e, por isso, blasfemou o espírito olímpico, comentou o porta-voz.

A França é a terra natal de Pierre De Coubertin, fundador dos Jogos Olímpicos modernos, e um grande número dos moradores locais saiu de casa para dar boas-vindas à chama sagrada olímpica. Isto mostra que o fogo olímpico pertence às pessoas do mundo inteiro, acrescentou.

O desafio malicioso e aberto dos separatistas, que buscam a "independência do Tibet", ao espírito olímpico e à Carta Olímpica provou ser impopular e está destinado ao fracasso, comentou.

Os Jogos Olímpicos de Beijing não são apenas um grande evento para o povo chinês, mas também para as pessoas do mundo todo, de acordo com o porta-voz. O evento tem uma grande importância, já que glorifica o espírito olímpico, difunde a cultura olímpica e promove o desenvolvimento dos jogos, acrescentou.

"O revezamento da tocha olímpica de Beijing certamente obterá amplo apoio de todas as pessoas amantes da paz no mundo inteiro e não será prejudicado por nenhuma força", finalizou o porta-voz.

O presidente do Comitê Olímpico Francês e o público local condenaram energicamente, segunda-feira, as tentativas de alguns separatistas tibetanos e seus simpatizantes para interromper o revezamento da tocha olímpica nessa cidade.

Henri Serandour, presidente do Comitê Olímpico Francês, criticou as atividades dos separatistas tibetanos e as qualificou como "muito lamentáveis".

"Penso que essas pessoas deveriam ter deixado a chama passar e ter realizado seus protestos em outro lugar", comentou.

"Todos têm o direito de expressar-se, mas deter a passagem da tocha olímpica mostra uma falta de respetio à liberdade básica dos nossos atlelas de portar esta chama, que é uma mensagem de paz para todo o mundo", disse Serandour.

Guy Drut, outro membro do Comitê Olímpico Francês, disse que o revezamento da tocha olímpica não deve ser afetado de maneira alguma.

"O fogo sagrado olímpico é um símbolo de paz e tolerância... e não deve ser afetado por ninguém de nenhuma maneira", comentou Guy Drut à televisão France 3.

O presidente do Clube Cooperação Europa-China, Alain Destrem, disse que a tentativa para bloquear o revezamento da tocha olímpica em Paris é inaceitável. "Isto foi uma cena vergonhosa ocorrida na cidade natal de Pierre de Coubertin, pai dos Jogos Olímpicos modernos, e aqueles que participaram da interrupção devem ser condenados", opinou.

O revezamento da tocha olímpica em Paris, a quinta escala do giro global, foi interrompido repetidamente por separatistas tibetanos e seus simpatizantes, que tentaram arrebatar a tocha e bloquear a rota do revezamento. A tocha teve que ser levada para um ônibus em várias ocasiões, como medida de precaução contra os manifestantes.

Nos últimos dias, políticos e meios de comunicação de alguns países condenaram energicamente as recentes tentativas de interromper o revezamento da tocha olímpica e as tentativas de boicotar os Jogos Olímpicos de Beijing.

O presidente da Duma do Estado da Rússia, a Câmara dos Deputados do parlamento russo, Boris Gryzlov, disse terça-feira que assuntos políticos devem ser resolvidos através de outros meios e que qualquer tentativa de boicote à Olimpíada prejudicaria gravemente os esportes.

"O evento olímpico deverá ser realizado sem dúvida, e seria desagradável se ele fosse prejudicado por tais acontecimentos", acrescentou o líder parlamentar russo.

Por sua parte, o vice-primeiro-ministro do país, Alexander Zhukov, descreveu um possível boicote aos Jogos Olímpicos de Beijing como "inaceitável".

"Não aceitaremos tentativas de boicote à Olimpíada, que é um dois eventos mais importantes do mundo", opinou o vice-premiê.

O ministro das Relações Exteriores do Japão, Masahiko Komura, condenou terça-feira alguns protestantes por terem interrompido violentamente o revezamento da tocha olímpica de Beijing, que chegará à cidade de Nagano, no centro do país, em 26 de abril.

"De qualquer forma, ninguém pode aprovar o uso da violência para bloquear o revezamento da tocha olímpica, seja qual for o motivo por trás desses atos", disse Komura aos repórteres.

Medidas necessárias terão que ser adotadas para prevenir atos ilegais desse tipo, acrescentou.

Gabor Elbert, secretário de Estado dos Esportes da Hungria, disse terça-feira aos repórteres que o que quer que aconteça, a Hungria enviará seus atletas para os Jogos Olímpicos de Beijing.

O European Times, um jornal em chinês publicado na França, disse terça-feira que as tentativas de interromper violentamente o revezamento da tocha olímpica violaram o espírito olímpico, que deve ser respeitado apesar das diferenças entre sistemas políticos, ideologias, culturas, assim como cores de pele.

Há cada vez mais evidências que mostram que os recentes distúrbios em Lhasa e o bloqueio do revezamento da tocha olímpica têm como objetivo sabotar os Jogos Olímpicos de Beijing, analisou o jornal, que acrescentou que a permissão desses atos ilegais é uma blasfêmia do espírito olímpico.

Um pequeno número de separatistas tibetanos e seus apoiadores tentaram arrebatar a tocha olímpica ou bloquear sua rota em Paris, a quinta parada do percurso mundial da chama olímpica.

Antes, em Londres, ativistas a favor da "independência do Tibet" também usaram a violência para interromper a passagem da tocha olímpica.