A produtora Kátia Machado em conversa com os chineses
Setembro de 2013 certamente já entrou para a história das relações sino-brasileiras. Foi o Mês da Cultura Brasileira na China. Entre as dezenas de eventos nas diversas áreas culturais, tivemos também o Festival de Cinema Brasileiro que apresentou diversos filmes brasileiros contemporâneos.
No segundo dia do festival em Beijing, 06 de setembro, foi a exibição do filme Meu Pé de Laranja Lima, dirigido por Marcos Bernstein e baseado no romance do mesmo nome, escrito por José Mauro de Vasconcelos e lançado no Brasil em 1968.
Após o filme, alguns livros de José Mauro dos Vasconcelos foram sorteados.
O filme emocionou o público, que depois da exibição permaneceu em grande número na sala do cinema para uma conversa com a produtora Kátia Machado. Aliás, o público chinês já conhecia bem a história, pois em Junho de 2010, a Editora de Literatura Popular e a Editora Tiantian lançaram a versão chinesa do romance, traduzido pela professora Weiling, da Rádio Internacional da China, e que também esteve presente no dia da apresentação do filme. Reeditado 20 vezes, a versão chinesa já chegou a marca dos 160 mil exemplares.
A produtora Kátia conversa com Weiling, a tradutora de Meu Pé de Laranja Lima para o chinês
Depois da exibição do filme, em entrevista à Radio Internacional da China, a produtora Kátia Machado falou:
"O fato deles não terem ido embora quando o filme acabou, significa que ele entraram na emoção do filme. É maravilhoso você fazer um filme no brasil que é entendido pelos chineses. A china tem uma tradição de literatura, de sentimentos de emoção. Eu acho que eles conseguiram ver isso no nosso filme. Eu estou muito feliz, estou aqui muito emocionada, chorando como uma menininha. É muito emocionante também ver os chineses chorando, emocionados e entendendo a essência do filme".
"Para quem ainda não viu o filme, eu espero que se tiverem a oportunidade de assisti-lo, tenham também a vontade de descobrir esse autor, que é o José Mauro de Vasconcelos. E paraquem já leu o livro, eu espero que eles encontrem no filme a mesma emoção, a mesma dimensão dos sonhos das possibilidades que tem no livro e que a gente tentou colocar de maneira humilde no filme".
Uma criança participa da leitura coletiva de Vamos aquecer o sol
Ressalte-se que, para o público chinês, o contato com a obra de José Mauro de Vasconcelos já é uma realidade. Depois do sucesso de meu Pé de Laranja Lima, acabou de ser lançado o romance Vamos aquecer o Sol, também traduzido pela professora Weiling. Um dia após a apresentação do filme, em uma atividade organizada pelo Clube do Livro Brasil-China e a editora de Literatura Popular, crianças, jovens e adultos participaram de uma leitura coletiva de algumas partes.
No evento, alguns acadêmicos destacaram a importância da obra. Após a atividade, em conversa conosco, a tradutora, a professora Weiling assim comentou: "Estou emocionada, com o entusiasmo e a aceitação dos leitores. Eu não imaginava isso, eu não pesava que os leitores fossem gostar tanto desse livro".
Evento promove o debate e a Leitura de Vamos Aquecer o Sol
Adiante-se que na mesa da professora já corre a tradução de Rosinha, minha canoa, mais uma obra desse brasileiro que, com seu humanismo, toca o coração de diversos povos.
A seguir, fique com a entrevista exclusiva concedida pela produtora Kátia Machado à Radio Internacional da China
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José Medeiros da Silva