As empresas chinesas de propriedade estatal subordinadas ao governo central do país poderiam registrar uma notável perda de lucros, em 30%, na ano passado, revelam hoje estatísticas da Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais (CSAAE) da China.

Prejudicadas por desastres naturais, a atual crise financeira global e o mecanismo de fixação de preços controlado pelo governo, as 142 grandes empresas estatais chinesas poderiam registrar 700 bilhões de yuans (US$ 103 bilhões) como lucros totais do ano passado, a primeira queda anual desde 2002.

A tempestade de neve e o grande terremoto de 8,0 graus na escala Richter ocorridos no primeiro semestre do ano passado trouxeram às principais empresas estatais, particularmente às geradoras de eletricidade e operadoras de rede elétrica, perdaa econômicas no valor de 130 bilhões de yuans (US$ 18,92 bilhões), sem mencionar os 200 bilhões de yuans (US$ 29,11 bilhões) injetados para a recuperação.

A crise financeira global em constante expansão, por sua vez, é um grande desafio para as estatais chinesas, trazendo com ela recursos energéticos limitados, canais de financiamento e demanda de mercado contraídos, além da grande perda em investimento.

Segundo a CSAAE, os setores mais afetados são: siderurgia, transporte, petroquímica, eletricidade, automobilístico e turismo.

Por outro lado, o mecanismo de fixação de preços do petróleo e da eletricidade, em que o governo dá a última palavra, embora facilite conter a inflação e estabilizar o mercado nacional, conduz a uma perda de 260 milhões de yuans (US$ 37,85 bilhões) para as grandes petroleiras, geradoras elétricas e operadoras de rede elétrica.

Entre 2002 e 2007, as empresas estatais chinesas registraram um notável crescimento, com seus lucros subindo em 33%, ou 150 bilhões de yuans (US$ 27,34 bilhões), por ano, para chegar a 1 trilhão de yuans (US$ 145,56 bilhões) em 2007.