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Valorização do yuan, onde vai a moeda chinesa?
2008-10-13 15:19:07    cri

Voltando de Hong Kong depois de uma viagem de negócios, Clare Hu abriu sua bolsa e descobriu que gastou a metade de seu salário no passeio por alguns algumas lojas de departamento, não intencionalmente.

"São diversos os produtos encontrados em Hong Kong e são mais baratos", disse Hu, que trabalha em uma empresa de comunicação de Shanghai. Colegas dela compraram ainda mais, de chá com leite até câmeras no valor de dois mil yuans.

O boom do consumo de turistas da parte continental chinesa em Hong Kong vem sendo comum, mas com a valorização do RMB (moeda chinesa), o yuan, o poder de compra também se tornou mais forte. O yuan aumentou 20% desde a desvinculação do dólar em 2005, enquanto o dólar de Hong Kong, que ainda está relacionado à moeda americana, desvalorizou de 1,06 a 0,88 contra o yuan.

Crescente poder de consumo

"Com o rápido aumento da economia chinesa, o mercado de viagens ao exterior da China está se ampliando", disse o diretor do Departamento de Pesquisa de Viagem e Lazer da companhia Nielsen.

Segundo o Relatório sobre o Monitoramento de Viagem ao Exterior da Nielsen China, turistas chineses gastam, em média, de US$ 2.597 a US$ 3.506 em uma viagem ao exterior. A despesa varia de acordo com a região.

A valorização do yuan não só oferece mais chance para chineses viajarem, mas também tem impacto sobre o mercado nacional da China. Os preços dos veículos importados, altos por muito tempo, vêm caindo gradualmente nos primeiros cinco meses deste ano. De acordo com dados sobre preços de produtos consumidores em 36 cidades grandes e médias, recolhidos pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, os preços dos automóveis importados caíram 1,95% em maio, em comparação com o mesmo período do ano passado.

De janeiro a maio de 2008, a China importou 171 mil automóveis, uma alta anual de 59%. Em 2007, o volume de automóveis importados cresceu 37,9%, graças a atenção prestadas pelos produtores internacionais para recompensar as vendas reduzidas no mercado da América do Norte. Os consumidores chineses, com uma moeda mais forte na mão, têm uma tendência de comprar mais carros importados.

O mercado de refeições rápidas importadas, e outros alimentos, também obteve avanço, com uma taxa anual de crescimento de 15% nos últimos cinco anos, de acordo com a Associação Nacional de Indústria de Alimentos (CNFIA, sigla em inglês).

   

Dores na Exportação

Ao contrário dos consumidores, exportadores chineses sentiram "dores" causadas pela valorização da moeda, que tirou bastante seus lucros.

"Em apenas meio ano, nossa despesa de exportação aumentou 10% e nosso lucro diminuiu 40%", afirmou o vice-presidente da Shangtex Holding Co., um dos principais fabricantes de têxteis em Shanghai, que exporta anualmente cerca de US$ 2 bilhões de produtos. "Nossa empresa está na margem de falência".

O problema da Shangtex reflete a dura situação do setor de processamento voltado à exportação, que contrata 40 milhões pessoas.

Sendo um dos três motores de avanço econômico do país, junto ao consumo e investimento, a exportação, porém, tem desacelerando devido à baixa nos pedidos estrangeiros. O superávit comercial mensal da China baixou para US$ 20,2 bilhões em maio, 10% a menos que no mesmo período de 2007, de acordo com a Administração Geral das Alfândegas do país.

Mudanças escondidas

A causa da rápida valorização do yuan é profunda e complicada. A mudança não é tão simples como o aumento do poder de consumo, nem a queda do superávit comercial.

A estrutura de exportação atual não apóia mais o desenvolvimento econômico como antes, o que provoca a mudança na estratégia econômica geral do país, constituindo a principal razão dos fenômenos referidos.

"Desde a crise financeira asiática em 1997, a moeda chinesa estava subestimada, o que foi aproveitado pelo governo chinês para financiar as importações e exportações. No entanto, os setores não comerciais foram afetados", disse a professora da faculdade de administração da Universidade Jiao Tong de Shanghai, Pan Yingli.

Uma enorme margem de lucro foi criada entre as baixas despesas de produção, pagas em yuan, e os altos rendimentos pela venda para clientes internacionais.

A situação trouxe prosperidade para o país, mas também deixou poluição pesada e elevou o consumo de energia. Mais indústrias de mão-de-obra intensiva com baixa eficiência e pouco valor agregado mantiveram seu suprimento de produtos por mais materiais de fabricação, o que elevou os preços do setor. A dependência dos mercados estrangeiros obstaculizou o estabelecimento de uma estrutura industrial equilibrada geral na China.

A valorização do RMB também causou uma barreira persistente entre as áreas litorâneas, desenvolvidas por causa do comércio exterior, e as regiões centrais central e oeste.

"O conflito estrutural necessita de solução", afirmou Pan. "O aumento do yuan é uma escolha racional, que ajuda a estabilizar a inflação e otimizar a estrutura industrial".

De acordo com uma pesquisa realizada na província de Jiangsu, leste da China, a composição do produtos exportados começou a apresentar sinais de alteração sob a valorização. Artigos de alta-tecnologia, maquinas e produtos eletrônicos ocuparam gradualmente uma fatia maior nos produtos, substituindo os produtos de mão-de-obra intensiva, como têxteis, vestuário e brinquedos.

Na área dao delta Delta do Rio Rio das Pérolas, 2.331 fabricantes de sapato já saíram do negócio, e 2.428 permanecem no setor. A exportação de sapatos caiu 15,5%, para 1,35 bilhões de pares nos primeiros cinco meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o valor subiu 9,4% para US$ 3,97 bilhões.

Onde é o fim

Neste ano, a valorização da moeda chinesa, que quebrou a barreira de 7 yuans contra um dólar norte-americano em abril, teve uma desaceleração em maio, com o dólar americano mais forte. No entanto, em 17 de junho, a força foi despertada de novo, ultrapassando a marca de 6,9 yuans e chegando a 6,8919 yuans por dólar americano. Desde então, o yuan teve quase 6% de valorização.

Com o fortalecimento do RMB, o pesquisador da Academia das Ciências Sociais da China, Liu Yuhui, anotou um fluxo perigoso do dinheiroe ativo. As estatísticas mostraram que o "dinheiro quente", ou fundos especulativos de curto prazo, entraram mais rapidamente na China no primeiro trimestre do ano, que se relaciona estreitamente com a valorização do yuan.

Atualmente não há dados oficiais sobre o "dinheiro quente", mas analistas descobriram a crise através de fenômenos estranhos, como as crescentes reservas de divisa estrangeira, o descendente superávit em conta corrente e menos investimento estrangeiro na China.

Entre janeiro e maio de 2008, as reservas de divisa estrangeira da China apresentaram um crescimento anual de 18,7%, ou US$ 268,7 bilhões, conforme cifras da Administração de Divisas Estrangeiras do Estado (SAFE, em inglês). Jiang Zheng, um macroeconomista de uma empresa de valores de Beijing, notou indicou que existem US$ 147,9 bilhões nas reservas inexplicáveis além do superávit comercial e investimento direito estrangeiro.

A concentração de fundos especulativos internacionais no mercado nacional da China é a principal ameaça sobre a estável taxa de câmbio do yuan. A concentração também afetou o controle efetivo da macroeconomia do país, indicou Liu.

Considerando a complexidade da situação, apareceram opiniões diferentes sobre se a valorização deve continuar ou ser concluída a um determinado nível. O chamado teto do yuan também está em discussão.

O governador presidente do banco central da China, Zhou Xiaochuan, disse que o país expandirá, aos poucos, a flexibilidade da taxa de câmbio, o que significa que Beijing deixará o yuan flutuar, mas não só aumentar.

A valorização do yuan no primeiro semestre do ano não continuará, mas as preocupações sobre a possível queda do comércio exterior ainda existem, assinalou Peng Xingyuan, da Academia das Ciências Sociais da China.

"São vários os fatores que afetam o fornecimento e a demanda do mercado. Se a relação mudar, a taxa de câmbio também será influenciada", destacou Peng.

 
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