Pequenas e médias empresas no Delta do Rio Pérola, no sul da China, região conhecida como a fábrica do mundo, estão passando por um período crítico e tentando sobreviver à atual desaceleração econômica global.
No setor de brinquedos, os preços de matérias-primas cresceram cerca de 40% este ano em relação ao mesmo período do ano passado. Os salários mensais dos operários duplicaram nos últimos quatro anos, para chegar a uma média de 1.200 yuans (cerca de US$ 175). A valorização do Renminbi, a moeda chinesa, também devorou 3% a 4% dos lucros.
Os fabricantes de brinquedos não são os únicos afetados. Os fabricantes de sapatos e as fábricas têxteis na região também sofreram pesadamente.

As estatísticas da alfândega de Guangzhou, capital da província de Guangdong, a região mais próspera da China, mostram que, na primeira metade deste ano, cerca de metade dos exportadores de sapatos na região faliram. Restam somente 2.617 empresas de sapatos. No mesmo período, o número de exportadores de vestuário caiu 31% em comparação com o mesmo período do ano passado.
No país inteiro, a crise hipotecária dos Estados Unidos, a valorização do Renminbi e os desastres naturais, como as nevascas em fevereiro no sul da China e o terremoto de 12 de maio na província de Sichuan, constituíram mais pressão para as pequenas e médias empresas exportadoras.

Por causa desses fatores desfavoráveis, mais as medidas de macrocontrole, o crescimento econômico chinês vem se desacelerando. Estatísticas mostram que a economia cresceu 10,4% na primeira metade deste ano, 1,8 ponto percentual mais baixo que no mesmo período do ano passado.
Com as políticas monetárias mais rigorosas, os altos preços que têm afetado a economia chinesa caíram um pouco. O Índice do Preço ao Consumidor (IPC), o principal indicador da inflação, caiu de 8,7% em fevereiro para 6,3% em julho.
Durante os últimos 30 anos, a China passou por quatro períodos de inflação e um período de deflação grave. O IPC mais alto foi os 24,1% registrados em 1994.
Aumentos dos preços do petróleo e dos produtos agrícolas no mundo inteiro deverão continuar e agravarão a inflação na China. Atualmente, a dependência da economia do país do mundo exterior é mais de 60%, devido aos 30 anos de reforma e abertura.
Para manter o equilíbrio entre "crescimento econômico estável e relativamente rápido" e "frear a alta dos preços", a China deverá seguir as políticas de macrocontrole e aprimorar a estrutura da economia através de uma política fiscal prudente.
Como uma medida aparente para apoiar a inovação industrial, os administradores chineses aumentaram a taxa de rebatimento do imposto de exporção para alguns produtos têxteis e roupas em agosto. Alguns produtos altamente poluentes não gozarão deste tipo da política preferencial.
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