Um programa para divulgar os conhecimentos de HIV/Aids entre os trabalhadores migrantes da China, com suporte da Organização Internacional do Trabalho (OIT), foi inaugurado recentemente.
A atividade, intitulada Programa da Educação nos Locais de Trabalho da China, é organizada de forma conjunta pela OIT, Ministério dos Recursos Humanos e Seguridade Social, Confederação das Empresas da China e constitui parte do programa de HIV/Aids da ONU no país.
"Nossas pesquisas demonstram que a população migrante da China, incluindo mineiros, trabalhadores da construção e transporte, vendedores, bem como os trabalhadores das fábricas, necessitam mais conhecimento", disse Richard Howard, conselheiro técnico em chefe do Programa HIV/Aids da ONU do escritório da OIT em Beijing, que tem se dedicado aos programas de prevenção da Aids há mais de seis anos.
"A maioria dos trabalhadores migrantes não sabem se proteger. Eles mantêm relações sexuais sem utilizar camisinha, compartilham agulhas ao injetar drogas e não conseguem receber qualquer tratamento depois de ser infectados", demonstrou Howard.
A campanha de prevenção e educação será focada nos locais de trabalho das províncias de Guangdong, Anhui e Yunnan. Guangdong, cujo número de trabalhadores migrantes chegou a 23 milhões em 2006, é o maior destino de mão-de-obra do país, enquanto Anhui é a maior província de exportação dos trabalhadores. Em Yunnan, a quantidade dos casos transmitidos por via sexual aumentou nos últimos anos. No fim de 2007, foram registrados 56 mil casos de infecção por HIV na província.
Entre os 700 mil casos estimados na China, 40,6% foram transmitidos sexualmente, de acordo com um relatório emitido no final de 2007 pelo Gabinete do Comitê dos Assuntos de Aids do Conselho de Estado.
A campanha se destina a oferecer informações e serviços para reduzir os comportamentos perigosos entre os trabalhadores migrantes, promover o uso da consulta voluntária e serviços de exame, além de assegurar a implementação das políticas nacionais e provinciais para prevenir a discriminação, de acordo com Constance Thomas, diretor do Escritório dos Assuntos da China e Mongólia da OIT.
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