Em muitas zonas rurais da China, o cultivo em estufa está amplamente difundido, mas nas regiões pobres em altas altitudes, é ainda uma novidade. Neste programa, vamos fazer uma viagem radiofônica ao distrito autônomo da etnia Tu de Huzhu, na província de Qinghai, Oeste do país, e conhecer como a economia de estufa está transformando a vida dos agricultores.
O planalto Qinghai-Tibete, por causa de sua grande altitude, costuma ser chamado de teto do mundo. Situada nesse planalto, a província chinesa de Qinghai tem uma altitude média de três mil metros acima do nível do mar. Com as baixas temperaturas e grande umidade, o ciclo de crescimento das lavouras é curto, o número de espécies adequadas é reduzido e as calamidades naturais são freqüentes. Esses fatores têm dificultado, durante longo tempo, o cultivo de plantas econômicas de alto valor agregado. Elevar a renda de agricultores tem sido sempre um quebra-cabeça para o governo local. A assistência às zonas pobres, até pouco tempo, limitava-se a distribuir cereais. Nos últimos anos, Qinghai reajustou seu lineamento sobre a agricultura tradicional, testou novas experiências e seguiu o caminho de enriquecimento através da economia circulatória de cultivo em estufa.
O distrito autônomo da etnia Tu de Huzhu é uma zona-piloto do novo modelo agrícola na província de Qinghai. Tomando em conta as características do distrito como, por exemplo, alta altitude, afastamento dos centros urbanos e precariedade do mercado de hortaliças, o governo deu orientações específicas às comarcas e vilas subordinadas ao distrito Huzhu sobre o cultivo em estufa de legumes orgânicos, cogumelo, rosas e nectarinas, produtos de alto valor econômico. A nova técnica impulsionou o aumento da renda dos agricultores.
Yang Youchang, chefe da aldeia Xiayi, fez as contas para nossa reportagem:
"Construímos 400 estufas. Se faturamos de cada estufa cinco mil yuans por ano, 400 estufas dão mais de dois milhões de yuans. É um cálculo conservador. Algumas estufas têm dado mais de dez mil yuans. No ano passado, tivemos uma receita anual per capita de 2920 yuans e, para este ano, nossa meta é de oito a nove mil até dez mil yuans."
A economia circulatória, um novo modelo da produção, estabelece um circuito "recurso-produto-resíduos-recurso reciclado". No distrito Huzhu, o governo local investiu pesado ajudando os agricultores na construção de estufas e trabalha com eles orientando-os a abandonar o modelo antigo de produção em favor da nova tecnologia. A medida tem beneficiado a população rural trazendo rendimentos econômicos que eles, agricultores que há gerações se dedicavam ao cultivo ao ar livre, jamais imaginaram.

Na aldeia Xiayi, o governo não só investiu na construção de estufas como ainda ajuda na construção de biodigestores. Foram criados pequenos sistemas circulatórios "curral-banheiro-biodigestor-estufa", além de casas e cozinhas com energia solar. Numa família comum da aldeia, nossa reportagem viu que ao lado da casa, há fileiras de currais, a que estão ligados os tanques de biogás, e ao lado dos currais são terrenos de rosa. A dona de casa disse:
"Em março do ano passado, começamos o cultivo de rosas. Já ganhamos uns 1300 yuans com a floricultura."
"Em baixo dos chiqueiros fica o tanque de metano. O biogás é canalizado para a cozinha e suas chamas são mais fortes que as do fogo de carvão e são limpas. Os caules de trigo, que antigamente usávamos, agora vendemos aos produtores de colchões de palha e assim ganhamos algum dinheiro extra."
No povoado de Nanmenxia, que se encontra afastado das cidades, o governo local orienta os agricultores sobre o cultivo de cogumelos apropriados para as regiões de baixa temperatura, cujo comércio não sofre influências sazonais e tem bom retorno financeiro.
Lei Youwu, produtor de cogumelo do povoado, disse:
"Um mu de terreno (15 mu equivalem a um hectare) de colza, ou cevada, ou batata dá de 400 a 500 yuans numa boa safra. Mas quatro fen (10 fen equivalem a um mu) de cogumelos em estufa dão pelo menos de três a quatro mil yuans descontando todos os custos. Em nossa região, são freqüentes as calamidades naturais. A lavoura ao ar livre está sujeita ao clima e não é segura. O cultivo em estufa garante a colheita independentemente das calamidades."
Lei Youwu se dedica à produção de cogumelos em estufa e faz novos planos.
"A produção de cogumelos não exige grande investimento e dá grande rendimento, por isso, os agricultores estão bem motivados para isso."
O sistema circulatório agrícola otimiza o aproveitamento dos recursos, eleva a rentabilidade das terras cultivadas e contribui para o aumento das rendas dos agricultores, sendo assim bem recebido pela população do teto do mundo.
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