A província de Heilongjiang no nordeste da China e a área vizinha do Extremo Oriente da Rússia estão fortalecendo os esforços para construir uma grande base de cereais e verduras na área fronteiriça.
Heilongjiang, conhecida como o "Celeiro da China" pela sua enorme produção de cereais, desfruta de vantagens na produção e mão-de-obra agrícolas; o Extremo Oriente da Rússia, com seu vasto território, pode aproveitar mais os recursos da terra em cooperação com a China, disseram especialistas e funcionários que assistiram à 19ª Feira de Cooperação Comercial e Econômica de Harbin, na capital provincial.
A área, localizada na fronteira de Heilongjiang com o Extremo Oriente, conta com um território rico e pouco poluído. O meio ambiente é favorável para desenvolver a agricultura ecológica, disse Sui Fengfu, diretor do departamento de aproveitamento da terra de Heilongjiang.
O enviado russo e representante de negócios na China, Sergey Chiplakov, disse à Xinhua que o seu país deseja desenvolver a agricultura com ajuda de recursos e técnicas da China. As duas partes poderiam realizar uma cooperação diversa, como a contratação ou estabelecimento de joint-ventures.

Muitos oblasts --subdivisão ou região administrativa russa-- expressaram seu interesse em projetos agrícolas na China, acrescentou ele.
No Oblast Autônomo Judeu, vizinho de Heilongjiang, três distritos --Birobidzhan, Oktyabrskiy e Leninskiy-- receberam políticas preferenciais para atrair investidores chineses.
Em 2007, 28 das 38 granjas chinesas na área fronteiriça assinaram contratos com a Rússia, de acordo com cifras do departamento de aproveitamento da terra. Estes contratos abrangiam 80,4 mil hectares e um investimento de 150 milhões de yuans (US$ 21,4 milhões). Além disso, 15 companhias com capital chinês foram registradas na Rússia. Nesse período, produziram 80 mil toneladas de cereais, 1.323 peças de máquinas agrícolas foram transportadas da China e 4,572 agricultores chineses trabalhavam lá.
"A Rússia precisa cooperar mais com os outros países para o desenvolvimento da agricultura no Extremo Oriente e na Sibéria, devido à sua mão-de-obra insuficiente e à sua deficiente infra-estrutura agrícola", disse Jiang Zhenjun, professor do Instituto Russo da Universidade de Heilongjiang, que acrescentou que "as fortalezas complementares dos dois países oferecerão uma base sustentável para a cooperação".
Chiplakov também vê um futuro promissor, e disse que a China e a Rússia poderiam desenvolver conjuntamente alimentos orgânicos na área do Extremo Oriente e isto poderia ajudar a aliviar a escassez mundial de alimentos.
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