Na atualidade, a China conta com uma abundante reserva de cereais que vem ultrapassando cada dia mais os limites de segurança estabelecidas pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO, sigla em inglês) a escala mundial. O país asiático é capaz de manter a auto-abastecimento neste campo, manifestou Liu Dongzhu, funcionária encarregada deste tema na Administração Nacional de Cereais.

Nos últimos tempos, muitos países foram afetados pela escassez de cereais. Segundo estatísticas, a existência mundial de cereais registra 310 milhões de toneladas, o nível mais baixo das últimas três décadas, cifra que equivala a 4,9 por cento do consumo mundial de grãos do ano passado, apesar de que o limite de segurança universalmente reconhecido pela comunidade internacional é de entre 17 e 18 por cento.

Liu Dongzhu, funcionária da Administração Nacional de Cereais da China indicou que apesar de sofrer igualmente a pressão derivada do aumento de preços de cereais, a China mantém um alto nível de reservas, e que a proporção existente entre o estoque e o consumo é superior ao limite de segurança comumente admitido a escala mundial.

"Nos últimos anos, em vivo contraste com a flutuação na produção mundial de cereais, a notável baixa gerada nesta produção, acompanhada por diminuição de reservas e um aumento acelerado de preços dos cereais, na China, por outra parte, tem mantido o contínuo crescimento da produção de cereais desde há quatro anos, assim como o equilíbrio entre oferta e demanda, o aumento consecutivo do estoque deste recurso e o suficiente fornecimento ao mercado. Ao mesmo tempo, o preço dos cereais subiu gradualmente. Até ao momento, os governos de diversos níveis conservaram a grande escala o estoque de cereais, sendo por encima da norma estabelecida pela FAO, cujos parâmetros são de entre 17 e 18 por cento."

Em 2004, frente à diminuição na produção de cereais e a tensa situação entre demanda e oferta, o governo chinês adotou uma série de medidas políticas, destinadas a apoiar a agricultura e promover o desenvolvimento da produção cerealífera do país, incluindo a isenção de impostos agrícolas, as ajudas de subsistências dedicadas aos camponeses que se dedicam ao cultivo de cereais, etc. Assim, não só se estimula o entusiasmo dos camponeses, mas também termina a baixa na produção cerealífera. O país produz uns 500 milhões de toneladas de cereais em 2007, o quarto ano consecutivo de crescimento, melhorando notavelmente a situação entre a oferta e a demanda. Hoje em dia, a China dispõe de entre 150 a 200 milhões de toneladas de grãos armazenados.

Com o objetivo de manter a tendência positiva no campo de produção de cereais, a China segue aumentando a assistência financeira à agricultura, para o qual se dedicaram em 2008 cerca de dois bilhões de yuans mais que o ano passado, principalmente com o fim de melhorar a infra-estrutura agrícola, as condições de irrigação e as ajudas de subsistência aos camponeses.

Na opinião de Liu, tomando em conta suas amplas reservas de cereais, a China é capaz de alcançar a auto-suficiência no fornecimento de grãos:

"Quanto a uma possível solução para a atual crises cerealífera, a China sempre adota o princípio de garantir o fornecimento de cereais até o interior do país. Nos últimos anos tem-se mantido estável a proporção entre o consumo e a produção de cereais. Descontando os anos excepcionais, o nível de auto-suficiência cerealífera superou 95%. Mesmo assim, a China importa cereais, com o objetivo de regularizar a escassez de certos tipos de cereais no interior e atender à demanda da população pela diversificação de alimentos. Na realidade, exceptuando os mencionados anos, e a partir dos anos noventa do século passado, a China já se tornou exportador líquido neste setor."