O governo chinês planeja destinar em 2008 cerca de US$ 21 bilhões para investimentos iniciativas agrícolas, anunciou o vice-ministro da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR) -o principal órgão de planejamento econômico do país-, Du Ying.
De acordo com Du, esse montante representará um aumento de 21,7 bilhões de yuans (por volta de US$ 3 bilhões), ou 16,6%, em relação ao ano passado.
O governo central pretende usar ao redor de 74 bilhões de yuans (cerca de US$ 10 bilhões), ou 49% do total, nos projetos de melhoramento de infra-estrutura rural, um aumento de 21,7 bilhões de yuans (cerca de US$ 3 bilhões) em comparação com o ano anterior, disse Du numa entrevista à Xinhua.
A CNDR também planeja investir 7 bilhões de yuans (US$ 1 bilhão) nos projetos que terão como objetivo garantir água potável a 32,05 milhões de moradores rurais.
O país também gastará 20,3 bilhões de yuans (US$ 2,8 bilhões) para ampliar as redes de estradas no oeste e centro do país e em algumas partes da região leste.
Cerca de 2,9 bilhões de yuans (US$ 400 milhões) serão usados para renovar redes de energia e fornecimento de energia hidrelétrica em algumas áreas rurais no oeste do pais, cujo desenvolvimento tem sido prejudicado pela falta de eletricidade.
Além disso, o país destinará 44,3 bilhões de yuans (US$ 6 bilhões) para melhorar as condições de vida e de produção nas áreais rurais, 7,55 bilhões a mais que no ano passado e um aumento anual de 20%.
No seu documento emitido no início do ano, conhecido como "o Documento Número Um", o goveno central prometeu aumentar, em grande escala, os investimentos nas regiões rurais este ano, para promover a agricultura, a economia rural e para melhorar a vida de cerca de 900 milhões de moradores rurais.
No início do próximo mês, o orçamento do governo central para este ano fiscal deverá ser aprovado pela Assembléia Popular Nacional, o parlamento do país.
Segundo outra informação, um programa-piloto chinês de micro-crédito para agricultores do distrito de Wuyuan, província de Jiangxi, no leste da China, ganhou o certificado de ISO 9001:2000. O reconhecimento mostra que os esforços para pequenos empréstimos na região rural da China cresceram de um simples negócio financeiro para uma função de serviço com características próprias.
O governo central começou a experimentar ações de micro-crédito em diversos distritos, inclusive Wuyuan, em 2000 para auxiliar empréstimo a fazendeiros, além de investimentos.
O sistema prevê empréstimos baixos a fazendeiros individuais, sem garantias, geralmente com valores que variam entre 10 mil yuans (US$ 1,4 mil) e 30 mil yuans (US$ 4,2 mil). A maior quantia não supera os 100 mil yuans (US$ 14 mil).
No primeiro ano de implementação do Wuyuan County Rural Credit Union (nome em inglês do projeto certificado), foram concedidos 150 milhões de yuans (US$ 21 milhões) em empréstimos a 23.519 famílias rurais, perto da metade do total da região. Mais de 95% dos beneficiados acertaram as contas no período proposto.
Em 2001, o modelo de Wuyuan se tornou popular na China. O sistema de micro-crédito foi implementado por mais de 90% das empresas cooperativas de crédito rural , principais emprestadores para a agricultura na China, até o final daquele ano.
Desde que entrou em operação, os micro-créditos chineses ganharam a simpatia dos produtores. O balanço até agora é de 204 bilhões de yuans (US$ 28,5 bilhões). Em total, bancos chineses foram responsáveis por 900 bilhões de yuans (US$ 126 bilhões) em empréstimos para o setor, beneficiando mais de 77 milhões de agricultores familiares, cerca de 25% do total da China.
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