O governo chinês oferecerá subsídios aos agricultores para que possam comprar eletrodomésticos, iniciativa que tem o objetivo de estimular o reduzido consumo rural e diminuir o superávit comercial nas vendas ao exterior.
Um programa piloto foi lançado em Shangdong, Henan e Sichuan, três importantes províncias agrícolas, onde os produtores agrícolas que comprarem aparelhos de televisão em cores, geladeiras e telefones móveis podem receber descontos de 13% em suas compras, informou sábado o Ministério da Fazenda.
Um total de 197 tipos dessas três categorias de eletrodomésticos, especialmente os produzidos para os mercados rurais, estarão disponíveis até maio do próximo ano. Ares-condicionados e lavadoras de roupa serão incluídos no futuro, revelou Zeng Xiaoan, representante do Ministério.
Até agora, o governo assinou acordos de cooperação com 15 fabricantes de aparelhos eletrodomésticos, incluindo Haier, Hisense e Changhong, e com 21 comerciantes.
"A ação dará aos agricultores mais benefícios e desviará para o setor do consumo mais gastos do governo, antes concentrados no investimento em bens fixos e na indústria de exportação", declarou Zeng.
Apesar de que o gasto do consumidor passou a desempenhar um papel cada vez mais importante no crescimento econômico da China, o investimento e as exportações continuam sendo os maiores contribuintes para o crescimento nacional. E o campo do país, com uma população de 800 milhões de pessoas, ainda é um enorme mercado potencial a ser explorado.
Na China, as áreas rurais têm um atraso de quase 20 anos em relação às áreas urbanas, em termos de uso de aparelhos eletrodomésticos, como televisores, geladeiras e máquinas de lavar roupa, de acordo com cifras oficiais.
Até o ano de 2010, espera-se que o programa de subsídio reduza a diferença a 10 anos e aumente o consumo rural em 100 bilhões de yuans (cerca de US$ 13, 60 bilhões) por ano, disse Zeng.

"Se 1% a mais das famílias comprarem televisores a um preço de mil yuans (cerca de US$ 135) a cada ano, isso significará um gasto de 2, 5 bilhões de yuans (cerca de US$ 338 milhões)", acrescentou Zeng.
O programa é essencial para expandir o consumo interno, já que "elevar a renda dos agricultores continuará sendo difícil e a diferença entre áreas rurais e urbanas é ampla", analisou.
Para melhorar as condições de vida dos agricultores e ampliar o consumo rural, a China também está investindo milhares de milhões de yuans para ampliar a rede de eletricidade do país a todas as aldeias remotas até 2010.
A China, maior produtora e exportadora do mundo de aparelhos eletrodomésticos, exporta a metade de sua produção anual, de acordo com Zeng.
Vender mais eletrodomésticos a famílias rurais também ajudará a China a reduzir o superávit e as fricções comerciais e reduzirá a ampla oferta de muitos fabricantes chineses, comentou.
Até 2010, o programa desviará 20% das exportações para os mercados rurais e reduzirá o superávit comercial em US$ 10 bilhões anualmente, comentou.
|