Bauwer Braun é alemão. Ele desembarcou há alguns anos na China para estudar o idioma Chinês em Xi´an. Durante sua estadia de três anos em Xi´an, seus amigos disseram-lhe que no planalto Qinghai-Tibet, Oeste do país, existia uma terra maravilhosa que conta com ricos recursos naturais, ambiente distinto e convivência de diversos povos e religiões. Esta descrição atraiu Braun. Depois de concluir os estudos em Xi´an, Braun decidiu viajar sozinho para Qinghai. Depois de pisar naquela terra, ficou impressionado com o que viu:
"Acho que Qinghai é um lugar onde se cruzam diversas culturas étnicas. Aqui convivem as etnias Han, Tibet, Hui, Mongol, entre outras, que contam com línguas, artes e festivais distintos. Fiquei muito curioso pela mistura das culturas das minorias étnicas".
Qinghai é uma das cinco maiores regiões pastoris da China. Ali vivem os yaques tibetanos, conhecidos como canoas da região de neve. Estes yaques vivem acima de quatro mil metros de altura acima do mar e se alimentam de ervas orgânicas e outros tipos de plantas. O meio ambiente e a alimentação peculiar geram leite de alta qualidade do leite deste animal. Depois de perceber isso, Braun teve uma idéia corajosa: criar uma fábrica para produzir queijo de yaque tibetano.
Segundo ele, encontrou dificuldades durante a instalação da fábrica, e o povo local prestou-lhe ajuda:
"Decidi construir no distrito de Kuze uma fábrica de queijo. No início quando abri meus negócios, encontrei diversas dificuldades. Mas o povo local é simpático e me ajudou muito. Eles me ensinaram como produzir queijos reais. Agora estou estudando, juntamente com meus empregados, as melhores formas de produção. Quero lançar no próximo ano novos tipos de produtos".
Em fins do ano passado, Braun conseguiu abrir no Distrito de Kuze sua fábrica de queijo. Agora ele tem mais de cem empregados e crê que os negócios seguem melhorando.
Em março, Braun trouxe sua mulher e dois filhos para Qinghai. Os membros da família decidiram viver juntos na região. No início, sua esposa, Jannifer, não compreendia porque seu marido desistiu da confortável vida na Alemanha. Mas agora adora a região do Qinghai. Ela disse:
"Quando cheguei, sofria diariamente com a dor de cabeça, devido à alta altitude e ao sol. Mas agora me sinto muito melhor. Qinghai é uma região tradicional, onde os habitantes locais são amistosos. A situação local é especial, porque vivem aqui as etnias tibetana, muçulmanas e Han. Acho tudo isso interessante. O clima também é bom e não tem poluição, por isso podemos praticar freqüentemente o alpinismo".
Jannifer concedeu sua entrevista em Chinês. Segundo ela, um mês atrás, começou a estudar Mandarim no Instituto das Minorias Étnicas. Agora, tendo vencido a dificuldade de língua, fez muitos amigos. No tempo livre, ela os visita. Ela disse:
"Saio freqüentemente com minhas crianças, e faço amizade com outras pessoas. Aos fins de semana, visitamos nossos amigos e seus parentes e nos hospedamos em suas casas, onde podemos conhecer suas terras natais e vidas. O meu filho tem seis anos, ele sai sozinho de casa e brinca com as crianças locais".
A família de Braun integrou-se na vida local. Os dois filhos andam numa escola local. Às vezes, o casal leva os filhos para conhecer a paisagem natural e as culturas e artes locais. Jannifer disse:
"Em julho acompanhamos uma delegação do Instituto de Minorias Étnicas ao Lago Qinghai. A paisagem a volta do lago estava maravilhosa naquela altura. O Templo budista Sku-vbum também é interessante onde pudemos conhecer muitas coisas budistas".
O lago de Qinghai, a maior massa d'água salgada da China, se situa no planalto Qinghai-Tibet, a 3,2 mil metros acima do nível do mar. Qinghai, cujo significado é mar azul-esverdeado, tem uma superfície de 4.538 quilômetros quadrados e profundidade média de 25 metros, onde mais de 50 rios vertem suas águas. O lago se encontra rodeado por uma cadeia de montanhas de majestosos picos nevados. Como o lago contém diversos elementos químicos, não é potável, mas nele é abundante um tipo de peixe sem escamas com carne macia e saborosa. Com mais de 400 anos de história e uma área total de 400 mil metros quadrados, o templo conta com mil pátios e 4.500 pavilhões, sendo o mais importante centro budista do noroeste da China. A arte do conjunto arquitetônico impregna afrescos, duixiu (pintura tradicional tibetana) e suyouhua (escultura feita com manteiga).
Durante a estadia em Qinghai, o casal também conheceu outros estrangeiros, entre os quais, o estudante norte-americano Joshua Lotz. Ao longo dos últimos cinco anos, Lotz aproveitou todos os feriados para visitar Qinghai e estudar a medicina tibetana. Durante o estudo, conheceu a grandeza da medicina tibetana e as mudanças na região:
"Nos últimos cinco anos, Qinghai mudou muito, especialmente no aspecto de construção urbana. Não estou falando tanto sobre a modernização geral, tal como a instalação de redes de internet e TV a cabo, como a internacionalização. Surgiram restaurantes ocidentais onde você pode gozar de um saboroso café. Tudo isto era inimaginável há cinco anos".
O turismo está crescendo no Qinghai, bem como a presença de comerciantes e estudantes estrangeiros. O funcionário do Instituto de Minorias Étnicas de Qinghai, Quan Sheng´ao, disse:
"Em geral, a exploração do oeste, especialmente da região de Qinghai, atraí estrangeiros. Além disso, Qinghai fica entre a região tibetana e região de Han onde diversas culturas étnicas desenvolvem conjuntamente. Todos os estrangeiros querem conhecer este aspecto".
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