O governo chinês deixará o mercado determinar ainda mais a taxa de câmbio do Renminbi (RMB) e permitirá uma maior flexibilidade da moeda chinesa, disse no dia 28, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, num discurso proferido na 4ª Cúpula de Negócios China-União Européia (UE).
No entanto, Wen também sublinhou que a China melhorará o regime da taxa de câmbio do RMB "de uma forma ativa, controlável e gradual", a fim de permitir gradualmente a conversibilidade de capital.
Alguns países ocidentais vêm pressionando a China para que valorize sua moeda a uma ritmo mais rápido e se queixaram de que a taxa de câmbio do RMB é a causa do desequilíbrio econômico global e dos crescentes déficit comerciais que possuem.
O primeiro-ministro chinês, obviamente, tem uma opinião diferente sobre o assunto. "A taxa de câmbio é uma causa, mas não é o único fator decisivo para os déficits comerciais", rebateu.
"Desde que o valor do RMB começou a aumentar, as exportações da China não registraram nenhuma queda, isso é uma prova da estrutura industrial global existente e das vantagens competitivas dos produtos chineses", acrescentou.
Wen disse ainda que a taxa de câmbio do RMB em relação ao euro está determinado pelo valor do RMB diante do dólar norte-americano e pela paridade entre dólar e euro no mercado internacional, e que por isso a recente desvalorização do dólar norte-americano é a principal causa da valorização do euro.
O primeiro-ministro também sublinhou a importância da valorização "moderada" do yuan.
"Os ajustes moderados da taxa de câmbio do RMB têm sido uma fonte de estabilidade para a economia e os negócios chineses, assim como para suas economias vizinhas", disse.
A China abandonou a vinculação do yuan ao dólar norte-americano em 21 de jullho de 2005. Durante os dois anos passados, o valor do RMB subiu 11,9% em relação ao dólar norte-ameriano e 7,4% em relação ao iene, do Japão.

Na mesma ocasião, o primeiro-ministro chinês ainda manifestou que a China quer um equilíbrio comercial com a União Européia em vez de buscar sempre grandes superávits.
Ele disse que o país deseja que o desenvolvimento econômico dependa mais do aumento do consumo doméstico e investimentos e não das exportações.
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