No dia 24 de outubro, a China lançou no Centro de Lançamento de Xichang, Sudoeste do país, o seu primeiro satélite lunar. O satélite, batizado como Chang`e I, simboliza mais um grande passo do programa espacial chinês e das atividades de exploração da Lua.
Recentemente, os nossos correspondentes no Rio de Janeiro visitaram o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil (Inpe) e fizeram uma entrevista com o Chefe do Gabinete de Assuntos Internacionais do Inpe, Fernando Ramos. E ele deu uma avaliação bem positiva ao lançamento deste satélite luna pela China.
"Eu Acho que este lançamento só vem confirmar o grande desenvolvimento do programa espacial chinês que o Brasil tem e o Inpe, em particular, tem o privilégio de acompanhar de perto, uma vez que nós temos uma cooperação de longa história com a China em desenvolvimento de satélites. Então, isso apenas reafirma a grande ambição e a grande qualidade da técnica do programa espacial chinês que tem feito realizações extremamente interessantes, por exemplo, a colocação em órbita de um astrunauta, ou o melhor, taikonauta, como chamada na China. Isso é uma realização tecnica formidável. O lançamento agora dessa sonda, que é na realidade só o primeiro passo de um programa mais ambicioso que é de colocar um taikonauta na Lua até 2020, mais ou menos. Então, é mais um passo da china nessa direção de dominar todos os aspetos da conquista do espaço. Isso é extremamente bem-vindo porque nós somos membros e habitantes do mesma planeta, todos torcemos para que a conquista espacial volte aos momentos de grandeza que a gente testemunhou no passado. Agora sem aquela rivalidade militar que havia entre americanos e suviéticos e dizemos que existe uma revalidade mas que é sádia de cada país quer mostrar que tem sua tecnologia avançada, e não é militar."
No dia 31, horário de Beijing, o satélite Lunar Chang'e I já entrou na órbita de transferência da Terra à Lua. E conforme o plano de vôo, o satélite entrará em órbita lunar, a 400 mil quilômetros da Terra, no dia 5 de novembro e enviará sua primeira foto nos últimos dez dias de novembro. O satélite continuará a trabalhar durante um ano para cumprir quatro objetivos científicos, incluindo o mapeamento tridimensional da Lua. De acordo com os responsáveis pela missão, o satélite deverá pesquisar e enviar dados sobre as características do solo lunar e pesquisar o meio ambiente entre 40 e 400 mil quilômetros entre a Terra e a Lua.
No entanto, não só a China tem plano de exploração da Lua. Apenas na Ásia, os outros países como o Japão, a Índia também têm seus próprios planos neste sentido. Sendo peguntando que a corrida da exploração da lua dos países causará uma competição militar ou não, o senhor Fenando, como um especialista desta área, deu uma responsta negativa.
"Não, não acredito. Existe sempre o risco de militalização do espaço, aí é um fato. Mas acho que a corrida da lua é mais uma questão de prestígio, sobretudo na Ásia, da mesma maneira que existe uma corrida de quem construi um edifício mais alto da Ásia, existem projetos em Cincapura, em Hong Kong, em Shenzhen, em várias cidades, e cada uma querendo mostrar o seu prestígio através de um grande edifício, de um grande arranha-ceu. Da mesma maneira, eu vejo essa corrida mais como uma busca de prestígio e de afirmação dos três países, basicamente, Japão China e Índia, os três têm projetos de enviar missões a lua não necessariamente tripulado, é claro que a corrida espacial e a tecnologia espacial sempre podem ser utilizadas para fims militare, mas eu vejo mais como uma afirmação de tenologia, de prestígio."
Nos últimos dias, os representantes do programa espacial chinês afirmaram à imprensa que a China persistirá em seu objetivo de utilizar pacificamente o espaço em prol do povo e está disposta a empreender cooperações e intercâmbios no setor espacial com outros países com base no "benefício recíproco, utilização pacífica e desenvolvimento comum".
Como o maior país na América Latina e um dos maiores países em desenvolvimento, o Brasil tembém tem o seu sonho próprio pelo Espaço, mas agora apenas limitado à Terra, e não tem plano de explorar a Lua, de acordo com Fernando.
"O Brasil não tem planos, pelo menos não no médio prazo, de enviar sondas para lua ou para outros planetas, pelo menos não diretamente, pode ser talvez participar indiretamente ou dar uma contribuição. Os planos brasileiros para o espaço estão mais voltados para a observação do próprio planeta, Terra. Então, o Brasil tem uma política bastante ambiciosa de observação de terra, que desenvolve em conjunto com a China, para monitoramento de queimadas, monitoramento de agricultura, monitoramento da florestas, também para observação das cidades. Enfim são um programa voltado para as aplicações espaciais, aplicações em termos de sensoriamento remoto em termos de medeologia, e comunicações também navegação por satélites. Essas aplicações são o foco do programa espacial brasileiro."
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