Sobre CRI Sobre Dept.
HomeGeralEconomiaCulturaVidaEsportesChinêsWebcast
Especialista brasileiro elogia conferência de Beijing sobre fome e pobreza
2007-11-08 11:10:20    cri

O economista brasileiro Renato Maluf, integrante do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) do Brasil, elogiou a conferência sobre fome e pobreza, realizada no mês passado em Beijing, capital da China.

A Conferência Internacional Passando à Ação em Favor dos que Sofrem a Pobreza e a Fome no Mundo deixou um saldo muito positivo e revelou a riqueza dos enfoques que são adotados nos diferentes países para o combate a esse flagelo social, disse em entrevista à Xinhua o especialista brasileiro. Maluf, coordenador do Centro de Referência em Segurança Alimentar da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, viajou a Beijing para transmitir a experiência dos programas sociais brasileiros e recolher as contribuições dos participantes de outros países, as que serão tomadas como referência para avaliar e melhorar os esforços nacionais para superar os problemas da desigualdade e da pobreza. O professor resgatou a idéia de que os grandes países do mundo em desenvolvimento enfrentam desafios semelhantes e que a adoção por parte dos governos de políticas para resolver seus problemas históricos cria condições para que todos aproveitem os ensinamentos do que está sendo realizado.

A reunião de Beijing, promovida pelo Instituto Internacional de Investigação sobre Política Alimentaria (IFPRI, segundo a sigla em inglês), reuniu especialistas, representantes de organismos internacionais e autoridades de diversos países para expor o estado das pesquisas e intercambiar pontos de vista. O professor destacou que a Conferência confirmou que o combate à pobreza nos grandes países tem características diferenciadas, em três aspectos principais.

Em primeiro lugar, a atividade econômica doméstica, que é relativamente mais importante neles que o comércio exterior, em comparação com países menores. Isso implica que as políticas de dinamização económica interna e a luta contra a desigualdade económica são componentes essenciais de uma estratégia, enquanto que em outros países são enfatizadas as exportações.

O segundo aspecto é que os grandes países têm mais capacidade institucional para implantar políticas, o que ao mesmo tempo é um desafio já que a criação de espaços institucionais de participação social tendem a estabelecer maiores condicionantes às políticas governamentais.

Finalmente, os grandes países têm um impacto regional muito grande, por se tratar de grandes pólos de atração, o que no caso da China afeta ao mundo inteiro. Sobre a luta contra a fome na América Latina, Maluf destacou que um dos pontos mais importantes levantados na Conferência foi levar em conta a velocidade das transformações na luta contra a desigualdade. Como exemplo ele citou as vertiginosas mudanças que acontecem na China, sobre as quais foram apresentados muitos indicadores sociais no encontro. "A Conferência deixou claro que a América Latina é um caso particular, um continente com desigualdades históricas muito resistentes. Mas há consenso de que na América Latina existe uma melhoria", indicou. O especialista lembrou que o Brasil está entre os países mais desiguais do mundo, ainda que seus avanços recentes tenham sido realizados na Conferência. "Em conjunto, a América Latina precisa de muito crescimento mas também de uma revisão dos modelos de desenvolvimento para que tenham impactos mais duradouros", sublinhou.

Com relação à polêmica sobre os impactos da produção de biocombustíveis na segurança alimentar, Maluf considerou que se trata de um tema de grande importancia, e mencionou que se bem foi tratado por alguns expositores, ele teria preferido uma sessão especial da Conferência para discuti-lo com o cuidado que merece. O Brasil, que ocupa a liderança mundial na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, é um protagonista nesse campo. No começo do ano, o governo brasileiro iniciou uma campanha internacional junto aos Estados Unidos para promover a produção e consumo de biocombustíveis em todo o mundo.

Para o representante do Consea, trata-se de um tema complexo. Por uma parte o etanol produzido a partir do milho repercute no preço do cereal, mas também pode-se afirmar que o aumento do preço agrícola do milho pode favorecer a alguns pequenos agricultores. Segundo as autoridades brasileiras, a extração do etanol de cana-de-açúcar não terá impactos relevantes sobre a oferta de alimentos no Brasil, posição com a qual o professor Maluf não concorda totalmente. "Existem riscos, sim. No caso da cana-de-açúcar é muito importante a capacidade de regulação do Estado. Especialmente na Amazónia é urgente criar instrumentos para regular a expansão da fronteira agrícola", afirmou.

 
Leia mais Comentário
 
Noticiário (09-05-12)
Horário e Frequência
Minha música
Sua palavra
Correspondente Rio de Janeiro
60 Anos da Nova China
Rádio on Line
Semana no Esporte-Luis Zhao
Nos Ares da Cultura
-Inês
Sociedade Chinesa
-Luisinho
Viagem pela China-Silvia
Repórter da China
-Catarina
Encontro da CRI com seus Ouvintes
-Alexandra

Treze pandas gigantes filhotes se mudam para nova casa

Palácio de Verão

Templo de Céu
<  E-Mail  >