A China anunciou que planeja criar 70 centros de recuperação de dependentes de drogas para ajudá-los a retornar à sociedade.

Um total de US$ 52,5 milhões serão investidos nas obras de construção dos centros, cifra bem maior que os US$ 11,53 milhões destinados a programas semelhantes no ano passado, de acordo com um comunicado divulgado terça-feira durante reunião nacional de trabalho realizada em Kunming, capital provincial de Yunnan.

A China tem atualmente apenas oito centros desse tipo, nos quais mais de 900 pessoas estão trabalhando em troca de mesada, comida e alojamento livres e consultas.

Dados da polícia indicam que o número de dependentes de drogas na China cresceu 35% de 2000 para o início de 2005, chegando a 1,16 milhão de pessoas.

O número baixou para 720,4 mil em agosto de 2006 em conseqüência das medidas de reabilitação compulsória e vistoria rigorosa sobre produtos químicos e narcóticos, segundo o Ministério da Segurança Pública.

Segundo outra fonte, os dependentes de droga em Beijing serão obrigados a fazer exames de urina para garantir que não usam mais narcóticos ilegais, anunciou o comitê municipal de controle de droga.

Os que tiverem resultado positivo no exame serão internados para tratamento em centros comunitários de reabilitação. O progresso de cada um deles na luta contra o vício será monitorado por um assistente social, afirmou Shi Dawei, vice-diretor do comitê.

As novas medidas mais rigorosas fazem parte de uma campanha, que durará até o fim do ano, para parar a expansão de drogas ilícitas na cidade. "Os dependentes que decidirem voluntariamente deixar o hábito devem se registrar com a polícia para receber o tratamento de metadona, e mais centros de tratamento serão estabelecidos", disse Shi, que não revelou o número exato de dependentes nem de novas clínicas de metadona na capital.

O abuso de drogas é considerado como o causa principal da transmissão de HIV/Aids na China, que registrou 18.543 casos novos de HIV e 4.314 casos terminais de Aids no primeiro semestre do ano.

Em uma reunião no início deste mês em Henan, Han Mengjie, assistente do diretor do escritório do Comitê de Trabalho de Controle da Aids do Conselho de Estado, disse que até o fim de julho, o número de casos de HIV/Aids na China totalizava 214.300, entre os quais 56.758 estavam com AIDS e 18.246 já tinham morrido.