O ministro brasileiro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, declarou na China acreditar que ainda este ano começará a reconstrução do centro espacial do Brasil, em Alcântara, que poderá seguir o modelo das instalações chinesas, segundo disse à Agência de Notícias Xinhua.
"Devemos reconstruir a torre de lançamento de Alcântara e fazer o centro espacial como o que nós temos aqui em Taiyuan", informou Rezende, quem mencionou a base de lançamentos na capital da província chinesa de Shanxi, norte do país, a 750 quilômetros de Beijing.
O complexo, de onde foi enviado à órbita terrestre o satélite de sensoriamento remoto sino-brasileiro CERBS-2B, conta com centros de controle com tecnologia de ponta, além de alojamentos e demais serviços que permitem ao seus técnicos ter quase o mesmo conforto das cidades que deixaram. O terceiro satélite produzido em conjunto por China e Brasil, CBRES-2B, foi lançado às 11h26 do dia 20, hora local, na Base de Lançamento de Taiyuan, capital da província chinesa de Shanxi, a cerca de 600 quilômetros de Beijing. O satélite, com 1.400 quilos, emitirá informações gráficas em tempo real para o Brasil e a China, e também para os países e regiões capazes de receber os sinais, dedicando-se à avaliação da produção agrícola, proteção ambiental, planejamento urbano e prospecção de recursos naturais. O satélite foi lançado por um foguete portador Changzheng IV. Seu projetista geral, Zhang Qingjun, revelou que a China e o Brasil continuarão suas cooperações e estão discutindo o aprofundamento das cooperações no setor espacial.
"Alcântara não tem nada disso, que é necessário para ter um programa espacial completo", considerou Rezende, que fez alusão ao centro brasileiro no Maranhão, norte do Brasil.

Essa base ficou inoperante após a explosão do foguete brasileiro, em 2003, construído para colocar satélites em órbitas, um acidente que deixou 21 mortos, todos especialistas aeroespaciais, e prejudicou o programa espacial brasileiro.
Segundo o ministro, o novo centro de Alcântara deverá custar entre US$ 150 milhões e US$ 300 milhões, dos quais cerca de US$ 15 milhões serão destinados à torre de lançamento.
Lembrou que o governo já realizou uma licitação para selecionar a empresa que ficará encarregada das obras, mas que esse processo está suspenso diante dos questionamentos perante a Justiça de outra companhia, que perdeu.
"Estou otimista de que seja este ano ainda (o início do processo de reconstrução)", sublinhou à Xinhua.
Por outro lado, Rezende disse que por haver muitos técnicos brasileiros do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) na China na base de Taiyuan o Brasil já teria um certo conhecimento acumulado para ter um complexo que seguirá o modelo chinês.
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