Nos últimos anos, impulsionados pelo rápido desenvolvimento da economia chinesa e pela globalização econômica, um número crescente de empresas estrangeiras vieram à China para estabelecer suas sucursais ou plantas de produção. Ao mesmo tempo, muitas empresas chinesas saíram ao exterior com o propósito de integrar-se ao mercado internacional.
A empresa Maquinaria de Indústria Leve Jingshan, situada no distrito homônimo da Província do Hebei, conta com uma fábrica de mais de três mil empregados. Suas máquinas para fabricar embalagens de cartão atendem mais de 60% da demanda nacional, porcentagem que a converte na maior empresa do setor. Com clientes em todo o mundo, a companhia abriu escritórios de representação e firmas distribuidoras na Rússia, Índia, Turquia, Tailândia, França entre outros países. No ano passado, o valor de suas exportações bateu a casa de US$ 22 milhões, cifra que representou 13,8% do valor total da sua produção.
Estas cifras corroboram os êxitos obtidos pela empresa do Hebei no mercado internacional. No entanto, há pouco menos de uma década a Maquinaria de Indústria Leve Jingshan decidiu sair da China para buscar oportunidades da expansão.
Seu gerente geral, Li Jian, nos explicou que este processo de internacionalização começou em fins da década 90 do século passado. Naquela altura, sair do país para se arriscar no mercado internacional era algo distante da lista de prioridades da maioria das empresas chinesas.
Em 1999, o corpo diretivo da empresa decidiu criar um departamento de comercio internacional, o que marcou o início formal de seu processo de internacionalização. Seus diretores compreenderam que se quisessem expandir a empresa, não teriam outra solução além de entrar no mercado internacional. Por outro lado, seus produtos reuniam as condições necessárias para competir com os produtos estrangeiros.
Já se sabe que o primeiro passo é sempre o mais difícil. Partindo da situação real, a companhia Jingshan elaborou uma clara estratégia na qual se definiu como principal meta a entrada nos mercados dos países em desenvolvimento. Sem dúvida, a carência de experiências dificultou a consecução desses objetivos.
Mas Li Jian nos explicou:
"Em princípio, buscamos cegamente as oportunidades. Como não sabíamos onde encontrar os nossos clientes, nós participávamos de quase todas as feiras e exposições organizadas pelos departamentos governamentais. Esta situação durou bastante tempo, até que obtivemos nossos primeiros êxitos no mercado russo. Durante este processo, acumulamos experiências sobre como ampliar nossa carteira de clientes e satisfazer as exigências específicas para a exportação. Uma vez que os clientes se familiarizaram com nossos produtos, ingressamos em associações internacionais do setor e o número de clientes que se puseram em contato conosco começou a aumentar".
Graças a sua perseverança, a companhia Jingshan conseguiu integrar-se sucessivamente nos mercados do leste da Europa, a Índia, o sudeste da Ásia, Oriente Médio e América Latina, o que se traduziu em um crescimento rápido e constante de suas exportações. Em 2004, apareceu uma boa oportunidade de acelerar seu processo de internacionalização: o gigante internacional de maquinaria para a fabricação de caixas de cartão, a companhia Langston, atravessava dificuldades financeiras e foi adquirida por outra empresa que não se dedicava à fabricação desses equipamentos. A empresa de Jingshan não deixou escapar esta oportunidade e, depois de intensas negociações, comprou as tecnologias e o direito do uso da marca Langston.
Segundo Li Jian, esta operação foi ao mesmo tempo um resultado da internacionalização da empresa:
"Sempre pensamos nas possibilidades de ampliar a nossa presença no mercado internacional: a aquisição de empresas e o estabelecimento de plantas de produção em outros países. Mas quando surgiu diante de nós a oportunidade da Langston, consideramos que era a melhor opção, já que também reduzia o nosso custo e nos permitia adotar táticas mais flexíveis em nosso processo de internacionalização".
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