O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, sugeriu mais controles das indústrias com excesso de consumo de energia e e que poluem mais, na tentativa de garantir um crescimento econômico saudável e rápido.
A economia dificilmente poderá ser sustentável se a China não ajustar a estrutura econômica, transformar a forma de crescimento e reduzir o consumo de energia.
"Não temos outra opção. Temos de nos desenvolver de forma econômica, não poluente e segura", disse o primeiro-ministro em um discurso durante a teleconferência nacional de trabalho sobre a economia de energia e redução de poluentes realizada no final de abril.
Uma cópia do discurso completo foi posta na disposição da agência de notícias Xinhua segunda-feira.
Wen disse que o país tomará medidas mais rigorosas para o uso da terra e a oferta de crédito e estabelecerá padrões mais exigentes de acesso ao mercado e de meio-ambiente para projetos novos, em meio a esforços para frear a rápida expansão das indústrias altamente consumidoras de energia, incluindo os setores de eletricidade, aço, refinação de petróleo, química, materiais de construção e metais.
A China cancelará as políticas preferenciais para essas indústrias, tais como menores impostos e custos de eletricidade e terra, disse Wen.
"As instalações de produção obsoletas devem ser eliminadas a um ritmo mais rápido e a forma como isso deve ser feito pelos governos locais e pelas companhias está aberta à discussão pública e sujeita ao controle social", disse.
Wen acrescentou que a China impulsionará as reformas dos preços de gás natural, água e outros recursos naturais, elevará o imposto para a descarga de poluentes, estabelecerá um sistema de "ressarcimento por parte dos agentes poluidores" e castigará severamente quem violar as leis de proteção do meio ambiente.
"Os 10 programas nacionais de economia de energia, tais como o desenvolvimento de alternativas de petróleo, modernização das caldeiras e a economia de energia em casa, podem reduzir o consumo de energia em 240 milhões de toneladas de carvão durante o período 2006-2010, incluindo 50 milhões de toneladas este ano", disse o primeiro-ministro
O governo também introduzirá mais incentivos para encorajar as companhias a usarem instalações e técnicas de produção mais eficientes em energia, disse Wen.
"Este ano é crucial para a China nos seus esforços para cumprir a meta de economia de energia e de redução de emissão de poluentes estabelecida para o período 2006-2010", disse Wen.
O governo chinês estabeleceu uma meta de reduzir o consumo de energia por cada unidade do produto interno bruto (PIB) em 20% para 2010, enquanto que a descarga de poluentes deve cair em 10%, mas o consumo de energia caiu apenas 1,23% no ano passado, muito abaixo da meta anual de 4%.
|